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Escolha certa do ar-condicionado pode reduzir conta de luz

Pesquisa do Idec mostra diferenças grandes mesmo entre aparelhos mais eficientes. Em cinco anos, economia pode chegar a R$ 1.644

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O Globo

Atualizado: 

16/08/2019
Escolha certa do ar-condicionado pode reduzir conta de luz
Escolha certa do ar-condicionado pode reduzir conta de luz

Imagem: iStock Photo

Não basta ser 'classe A': escolha certa do ar-condicionado pode reduzir conta de luz

Matéria publicada originalmente por O Globo 

No Rio, o primeiro mês do ano bateu todos os recordes quando se fala em calor. A média das temperaturas máximas foi a maior da história, 37,4°, segundo o Climatempo. A sensação térmica chegou aos 50°. O resultado do uso intensivo do ar-condicionado começa a aparecer nas contas de luz. O publicitário Gabriel Franco, por exemplo, espera um aumento de 50% no valor da fatura. Levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) para o GLOBO, no entanto, mostra que é possível reduzir o impacto na conta com a escolha certa do aparelho.

Na avaliação de seis equipamentos de 9.000 BTUs, todos classificados como A, nota máxima do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), a diferença de consumo apurada entre o mais e o menos eficiente pode superar R$ 1.600, em 5 anos, considerando o uso de oito horas diárias.

— Olhar a classificação da etiqueta não é mais suficiente para fazer uma boa escolha. Hoje cerca de 80% estão classificados como A, mas há diferença de consumo significativa entre eles — alerta Clauber Leite, pesquisador em energia do Idec.

Leite chama a atenção, no entanto, para o fato que nem sempre é simples saber qual é o consumo do aparelho. Além disso, o pesquisador critica o fato de o parâmetro brasileiro para medir a capacidade total de refrigeração de um aparelho e a energia que consome (o Coeficiente de Eficiência Energética) ser inferior aos praticados em outros países, como o Japão, onde é de 6,5 W/W (watts de calor gerado a cada watt de energia consumida), China, de 6 W/W, e os Estados Unidos (4,6 W/W). Aqui, o coeficiente do melhor aparelho é 4,74 W/W, diz o Idec.

Marcos Borges, coordenador do PBE do Inmetro, diz que está sendo feito um estudo para ajudar a mudar o perfil de consumo dos aparelhos de ar-condicionado. Trata-se do Projeto Kigali, fruto de um acordo internacional, que no Brasil reúne fabricantes, governo, academia e ONGs.

— A partir desse projeto, devemos mudar o método de teste dos aparelhos, o que permitirá melhor comparação com os de outros países. O estudo também será a base para a nova classificação. A ideia é dar um salto de eficiência.


CONFIRA O PESO NA CONTA DE LUZ
Ar condicionado de 9.000 BTUs ligado por oito horas diárias

Camila Borges, do Instituto Clima e Sociedade, que coordena o projeto no país, explica que o aumento da eficiência dos equipamentos vai reduzir o impacto nas contas e também na matriz energética:

— Estamos analisando o impacto para o fabricante, no preço para o consumidor e também o que significará para o sistema elétrico nacional.

Toshio Murakami, presidente do Departamento Nacional de Ar-Condicionado Residencial da Abrava (associação brasileira de fabricantes), afirma que a indústria está trabalhando para melhorar a eficiência. Mas alerta que o impacto na conta pode ser reduzido com o uso adequado do aparelho:

— Usar ar-condicionado sem limpar o filtro aumenta em 30% o consumo de energia. Manter o equipamento em 17 graus também consome mais. O resfriamento é mais rápido nesta temperatura, mas o conforto é em 23°.

Em sua casa, o publicitário Gabriel Franco tem adotado algumas medidas para reduzir o impacto do ar no orçamento doméstico.

— Estamos tentando compensar o uso do ar-condicionado com banhos frios para diminuir o consumo de gás e evitando deixar luzes acesas. Mas na hora de dormir são dois aparelhos ligados a noite toda — conta Franco, que divide o apartamento com um amigo.

Calcule seu consumo
Leite, do Idec, destaca que mudanças de hábito diminuem o valor final da fatura.

— O Idec briga por aparelhos mais eficientes, mas de nada adianta se não mudarmos nossos hábitos. Se deixo a porta da geladeira aberta ou o ar ligado desnecessariamente, estou desperdiçando energia.

Consultadas, Philco, LG e Electrolux não responderam sobre o resultado do levantamento. A Pioneer do Brasil disse que só trata de equipamentos automotivos, seus aparelhos de ar-condicionado são importados. Já a Gree disse estar satisfeita com o resultado apurado de economia.

Matéria publicada originalmente por O Globo 

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