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Metrô do Rio pode passar a ter a tarifa mais cara do Brasil, alerta Idec

Segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, custo da passagem representaria 27% da renda dos trabalhadores que ganham um salário mínimo

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O Globo

Atualizado: 

20/04/2021
Foto: iStock
Foto: iStock

Reportagem do jornal O Globo, publicada em 16/04/2021

O metrô do Rio pode passar a ter o maior valor de tarifa para transporte sobre trilhos de todo o país. Segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), caso o reajuste de 25,71%  previsto para entrar em vigor em 2 de maio não seja revisto, a capital do estado vai superar o Distrito Federal, detentor do título de passagem mais cara do Brasil.

Hoje, a tarifa do MetrôRio é de R$ 5. Com o aumento autorizado em março pela Agetransp, agência reguladora responsável por fiscalizar o setor, o valor subiria para R$ 6,30 — no DF, o custo de cada viagem está em R$ 5,50. O reajuste deveria ter entrado em vigor já no início de abril, mas foi adiado para que o poder público e a concessionária pudessem entrar em um acordo que possibilite um acréscimo menor.

Ainda de acordo com o levantamento do Idec, uma tarifa de R$ 6,30 comprometeria 27% da renda de um trabalhador que ganha um salário mínimo, atualmente de R$ 1.045. A conta considera 44 viagens mensais, ou o trajeto de ida e volta nos cerca de 22 dias úteis a cada mês. O estudo feito pelo instituto aponta que o custo médio da passagem no transporte sobre trilho do país é de R$ 4,05, ou 17% de um salário mínimo mensalmente.

— Nós nos reunimos com representantes da Secretaria estadual de Transportes para debater outras formas de arcar com os custos do sistema de transportes, que não seja só a tarifa paga pelo usuário. Mas o Estado do Rio de Janeiro tem uma situação fiscal que dificulta a busca de novas receitas para financiar as tarifas no curto prazo, porque tudo precisa ser aprovado por um comitê de recuperação fiscal. Esperamos que ao menos um acordo semelhante ao que foi feito com a Supervia seja possível em relação ao metrô — explicou o coordenador do programa de Mobilidade Urbana do Idec, Rafael Calabria. 

Em fevereiro, após grande mobilização, o governo do estado decidiu reduzir o reajuste das passagens de trem. A tarifa, que havia sido autorizada a passar de R$ 4,70 para R$ 5,90 pela Agetransp, acabou ficando em R$ 5.

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