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Imposto que reajusta contratos de aluguel fecha 2020 acima dos 20%

No Brasil, contratos de aluguel geralmente são reajustados uma vez por ano pelo IGP-M, índice de inflação medido pela FGV. Mas, para especialistas, há espaço de negociação - ainda mais em época de pandemia.

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Jornal Nacional

Atualizado: 

07/01/2021
Foto: iStock
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Veja a reportagem completa veículada no Jornal Nacional, da TV Globo, em 04/01/2020

Para milhões de inquilinos brasileiros, o ano começou com a necessidade de negociar o valor do aluguel. O IGP-M, que reajusta os contratos, fechou 2020 acima dos 20%.

Um apartamento tipo estúdio: 30 m², bem claro, arejado, com vista para o parque. É onde moram as gatas Flora e Coraline e a administradora Carolina Freitas, que quase caiu dura quando recebeu o boleto para pagar o aluguel. “Eu fiquei chocada com o valor do reajuste e argumentei que o ajuste era muito inesperado por conta da crise”, conta.

Esse susto não foi só da Carolina não. No Brasil, os contratos de aluguel geralmente são reajustados uma vez por ano pelo IGP-M, índice de inflação medido pela Fundação Getúlio Vagas e que encerrou 2020 acima de 23% - a maior variação desde 2002.

Já o IPCA, o índice oficial de inflação medido pelo IBGE, ainda não está fechado, mas até novembro ficou em 3,13%. Essa diferença tão grande entre os dois índices aconteceu porque o IGP-M sofre um impacto mais imediato da disparada do dólar e dos preços das commodities, como a soja.

Está no contrato que o inquilino assinou: o reajuste é pelo IGP-M. E agora? Calma. Quem conhece bem o mercado imobiliário diz que há espaço para negociação. Até porque ninguém quer ficar com o imóvel vazio, tendo que pagar IPTU e condomínio todo mês.

Em março, abril de 2020, quando a pandemia chegou forte, muitos inquilinos conseguiram descontos no preço do aluguel. Mas ninguém esperava que a pandemia pudesse ser tão longa. Agora, mesmo os que já tiveram um abatimento, podem tentar negociar o reajuste.

“É avaliar qual é a história que essas duas pessoas constituíram ao longo do tempo. O imóvel que está alugado há muito tempo, você tem uma relação boa com esse locatário? Então isso deve ser levado em consideração para fazer uma concessão para não repassar o reajuste”, diz Ione Amorim, coordenadora do Programa de Serviços Financeiros do IDEC.

A Carolina pediu e a proprietária aceitou fazer o reajuste pelo índice mais baixo. Até o fim de 2021, economia será de quase R$ 3 mil. “Um dia depois a imobiliária retornou para mim já com o boleto ajustado pelo IPCA”, conta Carolina.

O Anselmo também foi rápido para não perder uma ótima inquilina. "Ela paga em dia e, se eu tivesse aumentado e ela saído, eu ficaria com o imóvel vazio. Então, eu tenho toda a segurança de pagamento, tudo, uma pessoa muito idônea”, afirma o comerciante Anselmo Oliveira.

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