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Brasileiros enfrentam a maior alta de preços de medicamentos em cinco anos

Na lista dos medicamentos que vão ficar mais caros estão antibióticos, anti-inflamatórios, remédios para dor e diabetes. Reajuste é autorizado uma vez por ano pela Anvisa e o percentual desta vez é 10,08%, o maior desde 2016.

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Jornal Nacional

Atualizado: 

26/04/2021
Foto: Reprodução/TV Globo
Foto: Reprodução/TV Globo

Assista a reportagem completa do Jornal Nacional, veiculada em 19/04/2021

Desde o começo de abril, todos os brasileiros estão pagando mais caro pelos remédios. O reajuste anual, desta vez, ficou acima da inflação.

Tarcísio e a mulher tomam seis remédios controlados. A conta da farmácia já subiu em abril de R$ 320 para R$ 390. Ele ainda teve Covid e gastou mais R$ 70 com remédios. Administrar as contas da casa está cada vez mais difícil.

"Qual que é o impacto? Ou eu escolho entre comprar um medicamento para salvar minha vida ou eu escolho comprar um alimento, está tudo caro", desabafa o aposentado Tarcísio Pereira.

O reajuste é autorizado uma vez por ano pela Anvisa. O percentual desta vez é 10,08%, o maior desde 2016, acima da inflação oficial do país, que, no mesmo no período, ficou em 6,10%. Uma das explicações para este aumento foi a alta do dólar frente ao real.

"Nós sabemos que boa parte dos insumos para fabricação de medicamentos são influenciados pela taxa de câmbio, são cotados em dólar. O encarecimento desses insumos já provocaria, sim, uma revisão mais forte no preço dos medicamentos em 2021", destaca o economista da FGV, André Braz.

Na lista dos remédios que ficaram mais caros estão antibióticos, anti-inflamatórios, medicamentos para dor, para diabetes.

O reajuste não é em cima do preço médio dos remédios que a gente compra nas farmácias. Ele incide sobre o valor máximo, que é tabelado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos. Por isso, o aumento pode ser maior e acabar pesando ainda mais no bolso dos brasileiros. Um exemplo calculado pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor:

O remédio para controle da gastrite custa, em média, R$ 21. Mas o preço limite dele é até R$ 87,65. Com o aumento de 10%, pode chegar a R$ 96,41.

“Acho que uma medida importante para o consumidor adotar, para tentar contornar o problema dos preços elevados, é pesquisar nas farmácias, é nunca ir e aceitar o preço da primeira farmácia. Uma possibilidade, também, é ele se utilizar do programa farmácia popular”, reforça Ana Carolina Navarrete, coordenadora do programa de saúde do Idec.

Alexandre Rodrigues é dono de cinco farmácias e ainda tem remédios em estoque. Para não perder os clientes, vai tentar segurar os preços por enquanto.

“A intenção é manter, manter os preços, não fazendo essa alteração pelo volume alto de estoques em todas as unidades da região e a gente, um meio de o cliente está comprando mais e pagando menos”, finaliza Alexandre.

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