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Teste com brinquedos encontra 390 vezes a quantidade de ftalatos permitida pela legislação; Idec pede recall

<p> <i>As subst&acirc;ncias t&oacute;xicas, que podem oferecer riscos &agrave; sa&uacute;de, foram detectadas em sete dos 17 produtos testados. Os produtos devem ser recolhidos</i></p>

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Atualizado: 

09/08/2011

O Idec realizou um teste com 31 brinquedos para avaliar se os fabricantes estavam cumprindo a Portaria nº 369/2007 do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) que determina o limite de 0,1% de ftalatos (DINP, DIDP, DNOP, DEHP, DBP e BBP) na composição de brinquedos feitos a base de PVC.

Além disso, o teste procurou também excesso de metais pesados como antimônio, arsênio, bário, cádmio, chumbo, cromo, mercúrio e selênio, todos limitados pela legislação brasileira. Ao todo, oito brinquedos apresentaram níveis elevados de ftalatos e nenhum trazia metais pesados além do permitido.

Quatro dos produtos analisados contêm quantidades muito além da permitida para menores de três anos de um tipo de ftalato, o DINP: o Lovely Collection traz 39% do composto; o Shrek 3 traz 38%; o Meu primeiro boliche, 32%; e a Mônica é composta de 30% dessa substância.

Em quatro dos brinquedos testados, as concentrações são elevadas para o DEHP, proibido para qualquer idade, além de 0,1%. São eles: o Funny Car, com 6%; o Shrek 3 (também com elevado índice de DINP), com 2%; o Garu, com 0,2%; e o Smille & Learn Turminha Legal, também com 0,2%. Na embalagem do Funny Car, da Plastbrinq, há inclusive um "selo" em que se lê "não contém ftalatos".

A Portaria nº 369/07 do Inmetro faz distinção para brinquedos destinados a cada faixa etária. Os ftalatos DINP, DIDP e DNOP estão liberados para os produtos destinados aos maiores de 3 anos, mas não para os menores, tendo que respeitar o limite de 0,1%. Já os ftalatos DEHP, DBP e BBP são proibidos para qualquer faixa etária em concentrações maiores de 0,1%.

Os ftalatos são responsáveis por deixar maleável o PVC - sigla para policloreto de vinila, um tipo de plástico muito comum em brinquedos e em outros produtos. Essas substâncias são suspeitas de provocar problemas no fígado, nos rins e no sistema reprodutivo, além de serem considerados potencialmente cancerígenas. Elas são absorvidos pelo organismo em contato com a pele, com a saliva ou pela inalação.

Recall

Devido aos valores muito superiores encontrados nos brinquedos pesquisados, o Idec encaminhou nesta segunda-feira (15/12) um pedido de recall de sete brinquedos ao Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) do Ministério da Justiça e ao Inmetro, além de ter notificado todas as empresas sobre a solicitação feita aos órgãos competentes. O brinquedo Shrek 3 ficou de fora por ser produto pirata, sendo impossível identificar o responsável pela fabricação.

"As quantidades encontradas são muito superiores aos valores permitidos e por isso pedimos o recall aos responsáveis, já que esses brinquedos que estão no mercado representam riscos à saúde das crianças", destaca Marcos Pó.

Livres de metais pesados

No ano passado foram feitos vários recalls de brinquedos, pois eles incluíam ímãs que podiam ser engolidos ou apresentavam metais pesados, como o chumbo. Como os recalls foram todos com produtos importados da China, o Inmetro mudou o sistema de certificação feito no país, obrigando todos os produtos importados a serem certificados lote a lote. O Inmetro também tornou mais rígidos os critérios de toxicidade nos brinquedos - pela Portaria 369/07 -, ajustando os limites de contaminação de metais pesados e de ftalatos que podem estar presentes nos produtos.

O Idec testou ao todo 31 produtos de 19 empresas (incluindo os 17 que passaram por testes de ftalatos) para avaliar a presença de metais pesados - como os níveis de antimônio, arsênio, bário, cádmio, chumbo, cromo, mercúrio e selênio. Em nenhum dos brinquedos foi encontrado qualquer tipo de metal pesado.

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