Relatório da OpenSignal mostra que operadoras investiram em 4G para as Olimpíadas; já as redes 2G e 3G, que são cerca de 75% das conexões móveis do país, têm velocidade bem abaixo da média mundial. Consumidor pode consultar o desempenho de cada operadora em mapa interativo disponível no site do Idec
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18/02/2016
Atualizado:
19/02/2016
Nesta quinta-feira (18), o Idec lança no Brasil o relatório O Estado das Redes Móveis no Brasil (em inglês), da empresa britânica de monitoramento e performance OpenSignal, que avalia o serviço de internet móvel no país e no mundo todo.
O estudo realizado pela OpenSignal avalia a qualidade das redes móveis em quatro aspectos: download, upload, cobertura e latência (tempo de espera para início de uma sessão de troca de dados). Ele aponta como as operadoras (Claro, Tim, Vivo, Oi e Nextel) se preparam para fortalecer suas redes de 4G durante as Olimpíadas 2016, que ocorre em agosto no Rio de Janeiro (RJ).
“A boa notícia é que o Brasil, particularmente a cidade do Rio de Janeiro, que receberá os jogos, está bem mais preparado para lidar com o volume de dados”, explica a diretora de marketing da empresa, Jasmin Schawalder.
No levantamento da OpenSignal, realizado de outubro a janeiro deste ano, a Nextel foi uma das líderes na disponibilidade de rede (com cobertura de tempo de 75% no Rio). Mas seu serviço de 4G se comportou mais como 3G, com velocidade de 2,6 Mbps. Já a Vivo e a Claro apresentaram melhores desempenhos na capital fluminense do que em nível nacional, respectivamente 71% e 61%.
Para conhecer esses dados, o consumidor pode acessar, no site do Idec e da OpenSignal, um mapa interativo sobre a internet móvel e verificar a cobertura por tipo de rede e operadora.
Nessa página, o internauta também tem acesso ao link para baixar o aplicativo da OpenSignal, disponível para iOS e Android, com o qual são feitas as medições e testes no aparelho de cada usuário.
3G vai mal
A partir dos mesmos dados fornecidos pela OpenSignal, o Idec realizou outro recorte, deixando de lado as redes 4G e focando nas duas outras bandas que são acessadas pela maioria dos consumidores brasileiros, o 2G e o 3G.
A qualidade das redes 2G e 3G, que correspondem a aproximadamente 75% dos usuários no Brasil, é 30% pior do que média mundial. “Apesar de um excelente desempenho em redes 4G, os consumidores ainda sofrem com velocidades de download nas redes 3G muito inferiores ao padrão mundial. Esse desempenho é ainda pior nas cidades do interior, conforme dados da OpenSignal, o que reforça o alto índice de reclamação sobre internet móvel nos Procons de todo o país”, afirma o pesquisador em telecomunicações do Idec, Rafael Zanatta.
De acordo com a análise realizada pelo Idec a partir do mapa interativo da OpenSignal, das dez cidades com melhores velocidades de 3G, nove são capitais. A única cidade do interior que está na lista das dez melhores é Juiz de Fora (MG). Veja a avaliação completa do Idec: Internet Móvel no Brasil - Análise das redes 2G e 3G no país.
A velocidade de download nas redes 2G e 3G também é pior em grandes cidades. São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, apresentam números inferiores a Goiânia (3,9 Mbps), Natal (3,32 Mbps) e Cuiabá (2,95 Mbps).
“A análise dos dados da OpenSignal mostra que existem problemas de infraestrutura e investimento em capacidades de redes móveis, especialmente no interior e cidades com enorme concentração populacional. Com a expansão desse mercado no Brasil, é crucial que os consumidores exijam qualidade adequada na Internet móvel e maior controle pela Agência Nacional de Telecomunicações”, finaliza Zanatta.