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Com previsão de encerramento para sexta-feira (18), as negociações na 15ª Conferência do Clima (CoP-15) adentraram a madrugada de sábado (19). No entanto, apesar de toda a pressão da sociedade civil para forçar os líderes a firmarem um tratado justo, ambicioso e com força de lei em Copenhague, os resultados ficaram muito aquém do esperado.
Na sexta-feira, foi aprovado um acordo tímido por cerca de 30 países, incluindo os gigantes poluidores, Estados Unidos e China, e o Brasil, e que, ainda assim, não obteve aprovação unânime na plenária da Conferência. A proposta desses países tem como metas limitar o aquecimento global a 2ºC e criar um fundo que destinaria US$ 100 bilhões todos os anos para o combate à mudança climática. Não traça, contudo, nenhum plano para corte em emissões de CO2, a grande expectativa da cúpula.
Mas, mesmo com o fiasco em relação ao acordo final, a CoP-15 ficou para a história - pelos fracassos e pelas conquistas. Não se pode desconsiderar os feitos que a sociedade civil conseguiu alcançar, com a coalizão inédita de diversas organizações de todo o planeta.
A campanha global Tic Tac, que reuniu 350 organizações, entre elas o Idec, conseguiu alavancar a opinião pública e mobilizar a sociedade civil para acompanhar e cobrar de líderes decisões coerentes com o nível de urgência climática.
A pressão da sociedade civil é um instrumento poderoso que não pode ser ignorado pelos chefes de Estado.Apesar do resultado insuficiente em Copenhague, fruto do descaso com que os líderes trataram as reuniões preparatórias, algo mudou. E será impossível retroceder.
Ao longo deste ano, houve crescimento evidente de um processo de articulação e mobilização social, no Brasil e em todo o planeta, que não arrefecerá. Milhões de pessoas e centenas de organizações, em praticamente todos os países do mundo, estão agora despertas e conectadas em torno da questão do clima, demandando medidas urgentes, com efetividade e justiça climática.
Mas a estrada para a transformação que precisamos ter ainda é longa e há muito trabalho pela frente.
Existe ainda o desafio de consolidar estratégias e ferramentas que permitam aos consumidores fazerem escolhas mais responsáveis do ponto de vista socioambiental, tanto no acesso a bens e serviços mais sustentáveis quanto na pressão cotidiana aos governos e empresas para uma verdadeira mudança nos padrões de produção e consumo.
Com o objetivo de promover essa transformação, o Idec e o Vitae Civilis promovem a campanha "Mude o consumo para não mudar o clima". Para saber mais, acesse: www.climaeconsumo.org.br .