Viemos, por meio desta, reforçar nosso apoio à aprovação, pelo Plenário da Câmara de Deputados, do Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 1.100/2018, que aprova o texto da Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal.
A indústria brasileira pode obter recursos do Fundo Multilateral para Implementação do Protocolo de Montreal caso o Brasil ratifique a Emenda. A estimativa da Rede Kigali, que reúne organizações em favor da eficiência energética, da economia de baixo carbono e da aprovação da Emenda, entre outras, é que o Brasil seria elegível a receber US$ 100 milhões a fundo perdido para projetos de assistência técnica e financeira. Sem a ratificação da emenda, que aguarda votação na plenária da Câmara dos Deputados desde outubro de 2019, os aportes são incertos.
Em vigor em 129 países, a Emenda de Kigali inclui os hidrofluorcarbonos (HFCs) na lista de substâncias controladas pelo Protocolo de Montreal, tratado internacional que objetiva o controle das substâncias que prejudicam a camada de ozônio, transformando-o também, na prática, num tratado contra as mudanças do clima.
Os HFCs são usados como fluidos refrigerantes em equipamentos de refrigeração e condicionadores de ar em substituição a gases banidos pelo Protocolo de Montreal devido ao impacto na Camada de Ozônio (HCFCs). O problema é que, embora não causem danos à camada de ozônio, os HFCs têm elevado potencial de efeito estufa (em alguns casos, até 15 mil vezes maior que o impacto do gás carbônico), razão pela qual foram objeto de controle por parte da Emenda de Kigali.
Os recursos do Fundo Multilateral podem ser aplicados a fundo perdido em projetos de conversão tecnológica na indústria dos países em desenvolvimento para que passe a fabricar produtos que usem fluidos refrigerantes aceitos pelo Protocolo e por suas emendas (como é o caso de Kigali), bem como para a capacitação técnica de agentes da cadeia para instalação e manutenção desse tipo de equipamento. Essa modernização permitiria que a indústria brasileira ficasse alinhada às inovações já presentes em mercados como o norte-americano, europeu, chinês e indiano.
O montante de recursos foi estimado pela Rede Kigali com base na comparação com o orçamento recebido pelo Brasil para projetos apoiados pelo Fundo Multilateral no triênio 2018-2020, conforme o Report of the Technology and Economic Assessment Panel, de 2017, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Nesse período, o recurso financeiro aprovado foi destinado a projetos de eliminação de HCFCs, que são usados, por exemplo, na produção de espumas de refrigeradores e sistemas de ar condicionado.
Apoiam esta campanha as seguintes organizações:
Representantes empresariais
Abrava – Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento
Daikin
Eletros - Associação Nacional dos Fabricantes Produtos Eletroeletrônicos
FecomercioSP
Sindratar SP – Sindicato da Indústria de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar no Estado de São Paulo
Trane
Representantes de organizações sociais
350 Brasil
Centro Brasil no Clima
Climainfo
Climate Policy Initiative
Conselho Brasileiro de Construção Sustentável
Fundação Grupo Esquel Brasil
GBC Brasil
Gestos
Iclei América do Sul
Idec - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
Instituto Clima e Sociedade
Instituto Democracia e Sustentabilidade - IDS
Instituto de Direito Coletivo
Instituto de Energia e Meio Ambiente - IEMA
Instituto de Pesquisas Ecológicas - IPÊ
Instituto Escolhas
Instituto Ethos
Instituto Internacional Arayara
Instituto Internacional de Educação do Brasil - IEB
Instituto Pólis
International Energy Initiative - IEI Brasil
Marcha Mundial por Justiça Climática / Marcha Mundial do Clima
Projeto Hospitais Saudáveis - PHS
Uma Gota no Oceano