O projeto de lei que reduz a exigência para a rotulagem de transgênicos (PLC 34/2015) pode ser votado a qualquer momento no Plenário do Senado.
A aprovação deste projeto representa um grave retrocesso e uma afronta aos direitos dos consumidores, pois retira o símbolo “T” dos rótulos e desobriga os produtores a informar a existência de transgênicos caso a presença dos organismos seja inferior a 1% da composição total do produto.
Como defender a rotulagem dos transgênicos?
Assine a petição ao lado para pedir que os senadores e as senadoras não aprovem o projeto que retira o “T” dos transgênicos.
Opine também na
consulta pública realizada pelo Senado e junte-se a mais de 23 mil pessoas que dizem NÃO ao fim da rotulagem de transgênicos.
O Projeto de Lei
O PLC 34/2015, de autoria do então deputado e atual senador Luiz Carlos Heinze (PP/RS), altera a Lei de Biossegurança para que sejam rotulados apenas alimentos que contenham 1% ou mais de transgênicos em sua composição. E mais: o uso de transgenia precisará ser detectado por meio de análise específica, mesmo que o produto seja produzido totalmente ou parcialmente com alimentos modificados geneticamente.
O problema é que DNAs transgênicos não são detectáveis em alimentos processados e ultraprocessados. Ou seja, a rotulagem passa a depender de um teste que não identifica muitos dos produtos que levam transgênicos.
Assim, corremos o risco de passar a consumir alimentos transgênicos sem saber e, com isso, perderemos a liberdade de escolher por um produto sem qualquer presença desses organismos.
Mobilização Social
Além da resistência no Senado, há bastante mobilização e pressão da sociedade para que a proposta que reduz a exigência para a rotulagem de transgênicos não seja aprovada.
O Idec mantém esta campanha desde 2008, quando o projeto original de retirada do rótulo foi proposto, e já coletou mais de 55 mil assinaturas contra o fim da rotulagem de transgênicos.
Além disso, mais de 23 mil pessoas já se manifestaram no portal do Senado e mais de 20 moções de repúdio foram oficialmente enviadas aos senadores defendendo a rejeição do PLC 34/2015.
Panorama do uso de transgênicos no Brasil
A introdução de sementes transgênicas na natureza prejudica diretamente a biodiversidade, já que este modelo privilegia a homogeneização das espécies cultivadas, que carrega impactos como a pouca variedade de fauna e flora e a consequente degradação do solo, dentre diversos outros problemas. Além disso, as alterações no patrimônio genético das plantas e sementes estão diretamente ligadas ao aumento do uso de agrotóxicos: muitas sementes são modificadas para que sejam resistentes a estes produtos químicos, que passam a ser usados indiscriminadamente nas plantações.
Dessa forma, a agricultura e os agricultores tornam-se reféns de poucas empresas que detêm a tecnologia, e a saúde de agricultores e consumidores é colocada em risco.
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