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Alimentação [1]
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Atualizado:
Um estudo [2] elaborado pela Universidade do Chile, em parceria com a Universidade Diego Portales (Chile) e a UNC (Universidade da Carolina no Norte) (Estados Unidos), revelou mudanças nos hábitos alimentares da população chilena com a implementação da rotulagem frontal de advertência adotada no país.
Para o Idec, os resultados são extremamente relevantes. “Os achados reforçam os benefícios que esse tipo de rótulo traz para a compreensão da informação e decisão de compra em relação aos alimentos mais saudáveis”, afirma Laís Amaral, nutricionista do Instituto.
A pesquisa realizada no Chile ocorreu em 2017 - um ano após a implementação do novo modelo de rotulagem no país - e ouviu mães de crianças entre 2 e 14 anos, já que elas são as principais responsáveis pelas escolhas de compras de alimentos nos domicílios chilenos.
De acordo com o estudo, todas as participantes compreenderam que a regulação foi implementada para combater a obesidade infantil no Chile, e reconhecem que os produtos com mais advertências são escolhas menos saudáveis. Muitas também afirmaram que usam os octógonos como um guia de compras e para “desmascarar” os falsos saudáveis, como iogurtes e barras de cereal.
“A rotulagem frontal de advertência se mostrou como um instrumento de informação e educação não somente para as mães, mas também para crianças de todas as classes sociais”, comenta Amaral.
Os resultados preliminares [3] da pesquisa já haviam sido divulgados pelas universidades em novembro durante o Congresso Latino-americano de Nutrição (SLAN) realizado em Guadalajara, México. Contudo, com a publicação do estudo, outros países podem utilizar os dados para incentivar a criação de políticas públicas que mudem a rotulagem desses locais, como é o caso do Brasil, onde a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) conduz um processo regulatório [4] que visa atualizar as regras de rotulagem nutricional.
“A lei chilena sobre rotulagem e publicidade foi a primeira desse tipo no mundo todo. Muitos países estão seguindo os passos do Chile e introduziram modelos similares de rotulagem frontal de advertência em alimentos e bebidas não saudáveis. Esse estudo mostra que a regulação realmente muda a forma de as mães pensarem e comprarem alimentos para seus filhos. Mais importante, como as crianças são agentes de mudança das normas sociais e comportamentais depois da lei", afirma Lindsey Smith Taillie, professora assistente de nutrição da UNC e co-autora do artigo.
Mudanças na alimentação escolar
Além de inserir selos de advertência na parte da frente das embalagens dos alimentos ultraprocessados, a lei chilena também cria restrições de venda de alimentos e bebidas não-saudáveis nas escolas.
Durante estudo, as mães relataram que a mudança dos produtos vendidos nas cantinas não impactou tanto a alimentação dos adolescentes quanto a das crianças. Porém, em todos os grupos, mães afirmaram que o ambiente escolar ficou mais saudável com a nova regulamentação.
Rotulagem no Chile
Desde 2016, no Chile, os produtos processados e ultraprocessados disponíveis nas prateleiras dos supermercados passaram a exibir alertas na forma de um octógono preto na parte da frente das embalagens que sinalizam quantidades excessivas de nutrientes prejudiciais para a saúde, como sódio, açúcar e gordura.
Seis meses após a incorporação dos selos, o Ministério da Saúde realizou uma avaliação junto à população e constatou uma ampla aceitação das novas normas. De acordo com o levantamento, à época, 92,4% dos entrevistados afirmaram ser favoráveis às advertências, enquanto 91,3% se mostraram favoráveis à proibição da venda de produtos "alto em" em escolas. Ainda, 74,5% se mostraram favoráveis às restrições de publicidade de produtos não saudáveis voltada a crianças e adolescentes.
Do total de entrevistados, 43,8% afirmaram que prestavam atenção aos selos na hora da compra. Dentre essas, 91,3% disseram que o selo influencia parcialmente ou totalmente a escolha do produto.
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