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Planos de saúde voltam a liderar ranking do Idec

Há décadas o setor é responsável por maior parte dos problemas dos consumidores, seguido por financeiro, produtos e telecomunicações

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Atualizado: 

04/03/2013
O ranking de atendimentos do Idec de 2012 mais uma vez ressalta os principais vilões dos consumidores. Dados que conciliam com os Procons de todo país destacam o setor financeiro, produtos e telecomunicações como aqueles que mais geram problemas aos consumidores. O Idec ainda contabiliza os planos de saúde como os de maiores queixas, já que maioria dos planos comercializados é coletivo e, por isso, nem todos Procons os consideram.
 
Há mais de uma década os planos de assistência médica lideram o relatório de atendimentos do Idec, e o principal motivo é justamente o crescimento dos planos coletivos, ou falsos coletivos (oferecidos a pequenos grupos de consumidores), já que há ausência de regulação da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) para esses tipos de contratos.
 
As principais queixas dos consumidores ao Idec são: negativa de cobertura; reajuste por faixa etária e anual; e descredenciamento de prestadores de serviço.
 
Campeão de reclamação no Procon-SP, o setor financeiro (banco, cartão de crédito, crédito e consórcio) é o segundo colocado na lista do Idec. Assim como aponta o Banco Central, cobrança indevida de tarifas e de serviços não contratados está entre os motivos mais reclamados. Outras queixas dos consumidores são endividamento, taxa de juros, portabilidade de crédito e inscrição em cadastro de maus pagadores.
 
Em terceiro lugar, o Idec indica o setor de produtos como um grande causador de insatisfação dos consumidores. Assim como apontou o Sindec de 2012 (Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor), os celulares, eletroeletrônicos e eletrodomésticos da linha branca são fortes responsáveis por esse índice expressivo de demandas não solucionadas. De acordo com o ranking, os principais problemas no setor são: defeito; questões de garantia; falta de assistência técnica; e descumprimento do prazo de entrega.
 
A telefonia é outro setor registrado em seu ranking. Em consonância com os dados da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), na telefonia móvel as queixas mais recorrentes dizem respeito à falta de sinal e à queda nas chamadas. Na telefonia fixa as reclamações mais recorrentes são cobrança de minutos excedentes ao plano e cobrança por serviço não solicitado. Na TV por assinatura, falta de sinal; na banda larga, velocidade de navegação.
 
Para a gerente de relacionamento do Idec, Karina Alfano, esses problemas se dão, em grande parte, por uma fiscalização ineficiente dos órgãos reguladores e pela falta de investimento das empresas. Além disso, ressalta: "Em muitos casos, a falta de informação e a dificuldade na interface entre consumidor e fornecedor são as fontes recorrentes de problemas".
 
Sobre o ranking
Os quatro setores, desde 2010, configuram no ranking de atendimentos do Idec, sendo que, Planos de Saúde, com exceção de uma pequena diferença em 2011, apareceu durante 11 anos em primeiro lugar.
 
Em 2012, juntos, os quatro setores representam 59,1% das orientações fornecidas pelo Idec, no ano passado, por telefone, e-mail e pessoalmente. Os demais temas presentes no ranking foram denominados "outros". Dentre eles, destacam-se serviços como energia elétrica e ensino, imóveis, lazer, veículos e comércio eletrônico. As dúvidas e reclamações relacionadas às compras virtuais, aliás, vêm crescendo. "Houve bastante demanda sobre compras coletivas, especificamente. Nesse assunto e no comércio eletrônico em geral, a principal queixa diz respeito ao prazo de entrega e a outras formas de descumprimento de oferta", aponta Karina.
 
O total de orientações em 2012 foi de 9.413, das quais 5.413 se referem a dúvidas sobre relações de consumo e 4.000 sobre dúvidas quanto ao andamento de ações judiciais.