O que foi assunto na defesa do consumidor pelo mundo entre março e abril de 2017
PRIVACIDADE NA INTERNET
VENDA DE DADOS LIBERADA NOS EUA
DEFESA DO CONSUMIDOR
LEI ATUALIZADA NA AUSTRÁLIA
MEDICAMENTOS
PÍLULA ENGANOSA
TRANSPORTE AÉREO
DIREITOS DESRESPEITADOS
Uma pesquisa realizada com 11 mil passageiros de oito países, entre eles o Brasil, revelou problemas graves no serviço de transporte aéreo mundial. O levantamento, conduzido pela Consumers International (CI) e divulgado no fim de abril, descobriu que um a cada quatro voos sofreram atrasos, e que um em cada 10 passageiros tiveram sua bagagem perdida, danificada ou devolvida com atraso. Além disso, menos da metade dos passageiros teve acesso à compensação, foram indenizados ou receberam assistência.A pesquisa foi realizada ao longo de 2016 por organizações de consumidores membros da CI, que cobram das autoridades mais informação aos passageiros sobre seus direitos e que as companhias aéreas sejam fiscalizadas. Para mais informações, acesse:http://bit.ly/2p6H7z6 (em inglês).
BEBIDAS AÇUCARADAS
FIM DA CENSURA NA COLÔMBIA
No início de abril, a Corte Suprema de Justiça da Colômbia liberou a veiculação de vídeos e outras peças de comunicação para alertar os consumidores sobre os efeitos nocivos das bebidas açucaradas para a saúde. A ONG Educar Consumidores lançou a campanha em agosto do ano passado, mas foi censurada poucos dias depois por uma decisão da Superintendência de Indústria e Comércio do País. A sentença reconhece o direito à informação e é uma vitória para o consumidor colombiano. Para assistir ao vídeo da campanha, acesse:http:// bit.ly/video_colombia (em espanhol).
Apesar de governos em todo o mundo usarem cada vez mais ferramentas de espionagem contra dissidentes e defensores de direitos humanos, não suspeitávamos que esses mecanismos podiam ser usados contra nós, profissionais de prevenção à obesidade no México.
Em julho e agosto de 2016, Simón Barquera, pesquisador do Instituto Nacional de Saúde Pública do México, Luis Encarnación, da coalizão ContraPeso, e eu recebemos mensagens de texto com ameaças e links para um spyware [programa espião] chamado Pegasus, o qual, segundo seu desenvolvedor – a companhia israelense NSO Group –, é vendido exclusivamente a governos para combater o crime organizado e o terrorismo. Esse programa, comercializado a um custo bem alto, vigia todas as comunicações pessoais e profissionais feitas pelo celular em tempo integral.
No período em que fomos vítima da espionagem, trabalhávamos separadamente em três frentes contra a obesidade no México: em críticas à regulação da rotulagem frontal em alimentos, que é falha em relação às diretrizes da OMS sobre açúcar; em uma iniciativa para aumentar a taxação de bebidas açucaradas no País; e em uma campanha para informar à população os riscos que essas bebidas oferecem à saúde.
Recentemente, mais de cem ativistas de direitos digitais e profissionais de saúde pública de mais de 20 países pediram ao governo mexicano que investigue o uso ilegal desse spyware e julgue os responsáveis. O caso serve de alerta aos defensores da saúde pública, pois sugere que a vigilância digital pode ser parte da estratégia da indústria alimentícia para antecipar e bloquear ações em prol da saúde pública, e que membros das agências governamentais podem estar envolvidos.
Como pesquisadores e ativistas, devemos defender e exigir respeito aos direitos de privacidade e segurança digital para continuar trabalhando a fim de promover a saúde pública baseada em evidências.