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Alimentação [1]
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Atualizado:
O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) apresentou, no último dia 10 de março, sua experiência sobre rotulagem nutricional de alimentos [2] no World Obesity Day 2022, promovido pelo Instituto Cordial com apoio da WOF (World Obesity Federation). Para o evento, os membros do PBO (Painel Brasileiro da Obesidade) escolheram as cinco melhores experiências que geraram impacto em território brasileiro no que diz respeito à prevenção e controle da obesidade.
O evento, que teve como tema "Everybody needs to act" ("Todo mundo precisa agir", em português), contou com palestras que falaram sobre a necessidade de atuação do governo, da sociedade civil e dos profissionais de saúde. A rotulagem nutricional de alimentos tem um papel primordial na garantia do direito à informação e, consequentemente, nas escolhas alimentares mais saudáveis. Quem representou o Idec foi a nutricionista e pesquisadora Laís Amaral, do Programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Instituto.
Desde 2014, o Idec, junto a outras entidades da sociedade civil e pesquisadores de instituições de ensino, luta por informações nutricionais claras nos rótulos dos alimentos. Em 2020, após diversas discussões com as entidades envolvidas e consultas públicas, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o modelo de rotulagem nutricional frontal no formato de lupa. A implementação da nova norma [3] está prevista para outubro deste ano.
Para o Idec, a adoção de um modelo que destaca o excesso de nutrientes prejudiciais à saúde em um alimento é um avanço, apesar de prever um prazo longo para adequação das empresas à norma. Alguns produtos específicos, como refrigerantes de garrafas retornáveis, só terão obrigatoriedade de ter a lupa a partir de 2023.
"A norma aprovada pela Anvisa representa uma das poucas perdas políticas da indústria de alimentos no atual contexto político, uma vez que esta não conseguiu evitar a existência de uma rotulagem nutricional frontal. O Brasil avançou no sentido de proteção à saúde, mas ainda não garante o direito à alimentação em sua plenitude. Ainda assim, a lupa é o primeiro passo para garantir o direito à informação sobre os riscos à saúde dos produtos alimentícios. Nós do Idec seguiremos lutando até que toda a sociedade tenha garantido seu direito de saber o que está comendo", declara a pesquisadora do Idec.
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