O que foi assunto na defesa do consumidor pelo mundo entre março e abril de 2019
MÉXICO
OBSERVATÓRIO É CRIADO PARA MONITORAR QUALIDADE DO AR
Considerando que a poluição do ar é um grave problema no México, diversas organizações – Greenpeace, Centro Mexicano de Direito Ambiental, Instituto de Políticas para o Transporte e o Desenvolvimento, O Poder do Consumidor, entre outras – se reuniram, em abril, para criar o Observatório Cidadão da Qualidade do Ar (OCCA, na sigla em espanhol). O objetivo é monitorar o cumprimento das políticas públicas que garantem aos cidadãos do país ar puro para respirar.
EUA 1
HYUNDAI E KIA SERÃO INVESTIGADAS POR INCÊNDIO EM CARROS
Em resposta a um pedido do Centro de Autosegurança norteamericano, o órgão responsável pela segurança no trânsito em rodovias dos EUA informou, no início de abril, que irá instaurar nova investigação sobre um defeito que provocou incêndio em 3 milhões de carros da Hyundai e da Kia. Desde 2015, as montadoras sul-coreanas já realizaram recall de 2,3 milhões de veículos cujo motor pode pegar fogo.
EUA 2
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL = ECONOMIA COM SAÚDE
Estudo publicado por pesquisadores norteamericanos na revista PLOS Medicine, em 19 de março, comprova que incentivo ao consumo de alimentos saudáveis reduz os gastos do governo com doenças decorrentes de uma alimentação inadequada. Em um dos cenários estudados, pessoas receberam subsídio para comprar frutas, verduras, cereais integrais, óleos vegetais e oleaginosas como nozes e castanhas. Essa medida evitaria mais de 3,2 milhões de infartos e derrames, 120 mil casos de diabetes e 620 mil mortes, gerando economia de 100 bi- lhões de dólares.
EUA 3
INDÚSTRIA TABAGISTA INFLUENCIA INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA
Relatório da Universidade da Califórnia – divulgado em 15 de maço - reforça a influência que a indústria alimentícia recebeu da indústria tabagista: na década de 1960, fabricantes de cigarros, proibidos de fazer publicidade desses produtos para crianças, empregaram seus conhecimentos em marketing para vender bebidas adoçadas a esse público. Assim, empresas como a Philip Morris e a R.J. Reynolds adquiriram marcas de bebidas norte-americanas, como Hawaiian Punch, Kool-Aid, Capri Sun e Tang.
COLÔMBIA
CAMPANHA SOBRE ULTRAPROCESSADOS É LIBERADA
No início de abril, a Corte Constitucional da Colômbia obrigou os canais privados de TV a transmitirem o comercial “No coma más mentiras” (Não coma mais mentiras), da ONG Red PaPaz, que visa a alertar a sociedade sobre os riscos da publicidade de ultraprocessados para crianças. A campanha tinha sido vetada pelos canais Caracol TV e Canal RCN. Para a Corte, o veto é considerado censura.
Apenas um terço da população mundial entende conceitos financeiros primários. Esse foi o resultado da pesquisa Standard & Poor’s Ratings Services Global Financial Literacy Survey, considerado um dos maiores estudos sobre educação financeira: mais de 150 mil pessoas foram entrevistadas em 140 países em 2014. As perguntas eram bastante básicas (sobre juros compostos, matemática simples, inflação e diversificação de riscos).
O Brasil ficou na 74o posição do ranking. Por aqui, apenas 35% dos respondentes acertaram três das quatro perguntas – pouco acima da média global, de 33%. É possível fazer alguma ligação com a riqueza econômica do país e a consequente qualidade e penetração da educação básica. O Reino Unido, por exemplo, 5a maior economia mundial, ficou em 6o lugar no ranking de educação financeira, com 67% da população acertando três questões.
Porém, isso não explica tudo. O nível de endividamento das famílias britânicas atingiu o maior pico histórico em 2018: elas fecharam o ano devendo, em média, 15.385 libras (equivalente a cerca de R$ 77 mil), R$ 4,5 mil a mais do que em 2017, segundo dados da Trades Union Congress (TUC), os quais não incluem financiamento imobiliário.
Preocupantemente, os desafios que explicam o fenômeno britânico (como o aumento dos contratos de trabalho temporário) também são comuns aos brasileiros. Com a diferença que nos- sa educação básica é inferior e muitos cidadãos terão acesso a linhas de crédito sem orientação adequada por parte das instituições financeiras.
Diante da impossibilidade de esperarmos que as ainda incipientes políticas de educação financeira nas escolas formem adultos mais alfabetizados financeiramente nas próximas décadas, cabe ao governo cuidar para que o crescimento econômico seja baseado no aumento de renda e do trabalho das famílias e não em seu endividamento.