O que foi assunto na defesa do consumidor pelo mundo entre março e abril de 2018
ESTADOS UNIDOS 1
CIGARROS COM MENOS NICOTINA
O Food and Drug Administration (FDA), órgão que regulamenta medicamentos nos Estados Unidos, pretende reduzir a quantidade de nicotina nos cigarros a níveis muito baixos. Ainda é preciso reunir especialistas para elaborar uma proposta detalhada e definitiva, com base em estudos que demonstrem o papel da nicotina na sustentação do vício. De acordo com uma pesquisa publicada no New England Journal of Medicine, aproximadamente 5 milhões de fumantes deixariam o cigarro após consumirem um produto com baixo teor de nicotina durante um ano. O FDA também abriu uma consulta pública sobre o tema que ficará aberta até 16 de junho.
ESTADOS UNIDOS 2
YOUTUBE É ACUSADO DE COLETAR DADOS PESSOAIS DE CRIANÇAS
No início de abril, 23 organizações americanas de defesa dos direitos digitais e de proteção da infância acusaram o YouTube – site pertencente ao Google e que não deve ser acessado por menores de 13 anos – de coletar dados pessoais de crianças para utilizá-los com fins publicitários, prática ilegal de acordo com a Coppa, lei que protege a vida privada das crianças na Internet. O Google e o Youtube foram denunciados à Comissão Federal de Comércio (FTC, na sigla em inglês) por usarem dados como a localização do usuário, o aparelho usado para se conectar e o número do telefone celular sem informar previamente aos pais.
MÉXICO
LOBBY CONTRA ADVERTÊNCIA EM PRODUTOS ALIMENTÍCIOS
A Aliança pela Saúde Alimentar do México afirmou que existe uma iniciativa do grupo de negociadores americanos envolvidos na renegociação do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (TLCAN) para favorecer as grandes indústrias de alimentos ultraprocessados e bebidas açucaradas. Eles querem proibir, na América do Norte, as etiquetas frontais de advertência em alimentos e bebidas não saudáveis. Assim, a política de combate à obesidade – problema gravíssimo no México – pode ser prejudicada. O selo frontal, recomendado pela Organização Panamericana de Saúde (Opas), já foi implantado no Chile e Equador e está em estudo no Brasil.
AUSTRÁLIA
MOTORISTAS DO UBER GANHAM MENOS QUE SALÁRIO MÍNIMO LOCAL
O instituto de pesquisas The Australia Institute avaliou a renda de motoristas do Uber que atuam em seis cidades australianas – Sydney, Melbourne, Brisbane, Perth, Adelaide e Canberra – e concluiu que eles ganham menos do que o salário mínimo instituído por lei. De acordo com o estudo, esse é um fator essencial para manter a companhia mais competitiva do que os tradicionais taxistas. O The Australia Institute pediu que políticos australianos modernizem a lei trabalhista para que os motoristas do Uber recebam a mesma proteção que outros trabalhadores do País.
ZUCKERBERG DEPÕE NO CONGRESSO DOS EUA
Em 10 e 11 de abril, Mark Zuckerberg, presidente do Facebook, depôs no Senado e na Câmara dos Deputados para esclarecer como o Facebook reagiu ao vazamento de dados de 87 milhões de pessoas pela consultoria política Cambridge Analytica, acusada de coletar informações dos usuários da rede social por meio de testes e usá-las sem permissão. Zuckerberg reconheceu que a empresa errou e afirmou que investirá em medidas para proteger os dados pessoais dos usuários, sem dar detalhes do que será feito.
Fala-se de sustentabilidade desde 1950 por diversas vozes e pessoas solidárias às causas humanas. Pergunto: o que de fato dizem?
O termo sustentabilidade popularizou-se, ganhando espaço na mídia e nos discursos político e empresarial. Temas como aquecimento global e consumo consciente são presentes, e uma série de atitudes consideradas “verdes” começam a tomar relevância, como usar menos materiais descartáveis, não desperdiçar água etc. Será que a pauta leva o indivíduo a agir sobre seus hábitos de consumo?
A continuidade do mundo está atrelada à sustentabilidade. Sou humanista e ativista voluntária desde 2015 do movimento global Fashion Revolution, criado com o objetivo de conscientizar pessoas sobre os impactos da indústria têxtil, desde a criação, etapas produtivas, até o consumo e pós-consumo. É visível o engajamento nas mídias digitais, perguntando para as marcas com a hashtag #quemfezminhasroupas?. A geração de conteúdo educacional e inspiracional é a meta. Em 2018, com 50 cidades e cerca de 500 voluntários participando da campanha, lançamos projetos como o Fórum Fashion Revolution, que estimula a produção acadêmica nas áreas de design e sustentabilidade. O “Índice de Transparência” será lançado em outubro no Brasil Eco Fashion Week com o objetivo de avaliar o que grandes marcas no Brasil estão informando publicamente sobre suas políticas, compromissos sociais e rastreabilidade.
Trabalhamos para ampliar o discurso sobre transparência. Um estudo do Barômetro de Confiança da Edelman, de 2017, revelou a maior queda de todos os tempos na confiança em instituições, incluindo governos, empresas, mídia e ONGs. Caminhamos para uma sociedade mais consciente, emancipada e ética? Cocriar, compartilhar e inovar são palavras da vez.
A busca urgente pela sustentabilidade é uma questão do século XXI, onde a problemática é globalizada. Ao refletir, a sociedade está discutindo sua própria competência em viabilizar o futuro! Eu sigo humilde, otimista, um dia de cada vez. E você?