O que foi assunto na defesa do consumidor pelo mundo entre janeiro e início de março de 2017
TRANSPORTE
UBER PAGARÁ US$ 20 MILHÕES A MOTORISTAS NOS EUA
A empresa de trans-porte particular Uber terá de pagar US$ 20 milhões por iludir motoristas, nos Estados Unidos, sobre o quanto eles poderiam ganhar ao prestar serviços para a plataforma. O acor-do foi feito com a Federal Trade Commission (FTC), a agência federal de proteção ao consumidor. Segundo a denúncia da FTC, a empresa prometeu aos trabalhadores uma renda anual média de mais de US$ 90 mil em Nova York e de mais de US$ 74 mil em São Francisco. Mas, na realidade, menos de 10% dos profis-sionais recebeu esses valores. O valor pago pela Uber será destinado aos motoristas afetados.BEBIDAS AÇUCARADAS
FIM DAS MÁQUINAS DE REFRIGERANTE NA FRANÇA
No fim de janeiro, entrou em vigor na França uma medida que pro-íbe a oferta gratuita e a venda de refrigerantes e outras bebidas açuca-radas, como sucos artificiais, isotônicos, bebidas energéticas etc. em máquinas de refil. Tais equipamentos não serão mais permitidos em hotéis, escolas, refeitórios e restaurantes. A medida tem como objetivo redu-zir o consumo excessivo dessas bebidas, e, consequentemente, os casos de diabetes e obesi-dade no País. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 15% da população francesa é obesa.
PRIVACIDADE
BONECA É PROIBIDA NA ALEMANHA
A Agência Federal de Tele- comunicações da Alemanha proibiu, em fevereiro, a venda da boneca Cayla, que pode ser conectada à internet. Segundo a agência, a boneca – encontra-da em outros países da Europa – pode revelar dados pessoais das crianças e de seus famili-ares. Além disso, pesquisadores afirmam que hackers podem usar o dispositivo bluetooth incorporado ao brinquedo pa- ra ouvir e conversar com os pequenos. Devido aos riscos que representa para a privaci-dade dos consumidores, o go- verno alemão decidiu recolher o brinquedo das lojas e pas-sou a recomendar que os pais que já compraram o produto o desconectem da internet.ALIMENTOS
RELATÓRIO MOSTRA BENEFÍCIOS DE ORGÂNICOS
Em dezembro do ano passado, o Parlamento Europeu divulgou um relatório que analisa os benefícios dos alimentos orgânicos. O documento cita os riscos oferecidos pelos agrotóxicos à saúde e ao meio ambiente e dis-cute caminhos e políticas públi-cas para o cultivo de alimentos orgânicos na Europa.
É comum que acidentes de trânsito ocorram por erro huma- no. Porém, é equivocado concluir que os envolvidos são os únicos culpados. Essa simplificação ignora outros fatores, como os limites de velocidade, a sinalização, a falta de dis-positivos de segurança nos carros etc. Há, ainda, outro aspecto negli-genciado e com alto potencial para evitar lesões e mortes no trânsito: o desenho urbano.
Se as cidades têm ruas largas em locais com fluxo intenso de pes-soas, semáforos com tempo curto para a travessia de pedestres, calça-das estreitas e pouca estrutura para pedalar, é justo responsabilizar ape-nas motoristas, ciclistas e pedestres por acidentes? As cidades precisam ser construídas para minimizar esses erros, não o contrário. Algumas já perceberam isso e mudaram a distribuição do espaço viário.
Ao contrário do que pode parecer, essa mudança não precisa comprometer o orçamento local. Nova York mudou de cara a partir de intervenções com custo reduzido baseadas no uso de tinta, mobiliário urbano, sinalização e iluminação, criando mais espaço para as pessoas.
Em 2016, a Cidade do México fez melhorias parecidas: redistribuiu os espaços, normalmente reservados para os veículos, para dar mais segurança a todos os cidadãos, especialmente pedestres e ciclistas, que são mais vulneráveis. Em uma das avenidas da capital mexicana, o redesenho de 13 interseções resultou em 63% menos acidentes.
Um dos grandes trunfos dessas experiências foram as medições de impacto. Elas serviram para que o debate saísse do achismo e desmis-tificaram conceitos errados da população. Em Nova York, apesar da redução de pistas para carros, houve benefício para o comércio e até o trânsito passou a fluir melhor.
Esse tipo de política permanece inédita no Brasil. As novas gestões municipais, que assumiram em janeiro, podem inovar e tornar o espa- ço urbano mais seguro com soluções rápidas, baratas e capazes de salvar vidas.