O que foi assunto na defesa do consumidor pelo mundo entre novembro de 2016 e janeiro de 2017
POLUIÇÃO
TRANSPORTE GRATUITO EM PARIS
Devido a um pico da poluição do ar, em dezembro de 2016, Paris tornou o transporte público na cidade gratuito por alguns dias. A ação teve como objetivo promover o uso do transporte coletivo e diminuir a circulação de carros na capital francesa. A prefeitura também implementou um rodízio de veículos para amenizar a emissão de gases. Os condutores que desrespeitassem a norma poderiam ser multados em até 35 euros.
O pico de poluição foi o pior registrado nos últimos 10 anos. Ele ocorreu devido à combinação de emissões de veículos, queima de madeira e falta de vento, que contribuiu para impedir a dispersão de poluentes. Escolas foram fechadas e algumas atividades industriais suspensas.
PRIVACIDADE
ROTEADORES INSEGUROS
No início de janeiro, a Federal Trade Comission (FTC), agência norte-americana de proteção dos consumidores, notificou a D-Link, fabricante de roteadores de internet wi-fi e webcams, por colocar em risco a privacidade dos usuários. Segundo a agência, a empresa não está sendo cautelosa o suficiente para proteger os dados dos consumidores que utilizam seus produtos de ataques de hackers. A D-Link terá de se explicar ou corrigir os problemas apontados pela FTC. Caso contrário, poderá ser multada.
TECNOLOGIA
IPHONE SEM BATERIA
Em meados de novembro, a Associação de Consumidores da China exigiu que a Apple esclarecesse o grande número de reclamações sobre problemas com a bateria dos iPhones 6 e 6s. De acordo com a associação, os usuários relataram que seus aparelhos estavam desligando sozinhos, mesmo com a bateria com 50% a 60% da capacidade. Além disso, disseram que o aparelho não religava, mesmo conectado ao carregador.
SAÚDE
COM AÇÚCAR É MAIS CARO
Nos Estados Unidos, as cidades de San Francisco, Oakland e Albany, no Estado da Califórnia, e Boulder, no Colorado, aprovaram em novembro de 2016 a cobrança de impostos mais elevados sobre bebidas açucaradas, como refrigerantes e refrescos. O objetivo da taxação – que se reflete no preço de venda – é diminuir o consumo desses produtos, que contribuem para o aumento de casos de sobrepeso, obesidade e diabetes.
Quando criança, na Holanda, aprendi a poupar levando 50 centavos por semana para a escola, onde um empregado do banco local recolhia as moedas e as guardava. Era o mesmo banco onde meus pais tinham conta e mantinham poupança. Os funcionários conheciam os clientes, e os clientes conheciam e confiavam nos funcionários.
Décadas se passaram, a tecnologia avançou, bancos fundiramse, filiais fecharam. O sistema financeiro tornou-se um serviço com um fim em si mesmo, especulando e tomando riscos irresponsáveis para maximizar os ganhos de seus acionistas. Na crise financeira de 2008, as consequências disso ficaram claras para todos. Indignados, consumidores começaram a investigar melhor os negócios das instituições financeiras.
Em 2016, o Guia dos Bancos Responsáveis (GBR), parte da coalizão Fair Finance Guide International e realizado pelo Idec no Brasil, investigou pela terceira vez as políticas socioambientais dos principais bancos no País. Quando se trata de direitos humanos, trabalhistas, do consumidor e meio ambiente, é possível ter certo otimismo; já nas áreas de armas, desmatamento, impostos, dentre muitos outros, os resultados são desanimadores.
Até que ponto os bancos brasileiros conhecem as cadeias de valor por trás dos grandes tomadores de crédito? Os problemas sociais e ecológicos revelam que isso é necessário, e seus colegas na Europa mostram que é possivel. Os bancos holandeses acabam de se comprometer a investigar os riscos de violação de direitos humanos em várias cadeias de commodities agrícolas. Pode ser uma ideia para o Brasil, conhecido por produzir e exportar produtos agrícolas. Tenho certeza de que, com ações como essa, a relação de confiança entre as instituições finaceiras e os consumidores pode ser retomada. E estamos aqui para ajudar.