Crise da Unimed Paulistana desnuda regulação frágil
Nesta última edição de 2015, não poderíamos deixar de falar sobre a crise da Unimed Paulistana, que, desde o início de setembro, vem trazendo grandes transtornos aos consumidores da operadora.
Fizemos uma reportagem especial sobre o tema a fim de entender o que está por trás da quebra da empresa, analisar quais medidas poderiam ter sido tomadas para evitar o cenário de caos que se desenhou e, principalmente, para impedir que novos casos semelhantes aconteçam.
Para isso, entrevistamos estudiosos do setor e também solicitamos dados à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O resultado dessa apuração revela enormes fragilidades na regulação de planos de saúde.
Para o Idec, é fundamental que as regras desse jogo sejam aperfeiçoadas a favor dos usuários, em vez de cederem cada vez mais aos interesses das operadoras. Além de autorizar a portabilidade de carências imediatamente após decretar a alienação compulsória de uma operadora, continuamos defendendo que a ANS passe a regular os reajustes dos planos de saúde coletivos.
As distorções propiciadas por essa frouxidão na regulação da ANS são uma das causas da crise sistêmica que vive o setor do ponto de vista assistencial, que se revela também na liderança dos planos de saúde no ranking de demandas do Idec por anos consecutivos e que obriga os consumidores a recorrer ao Judiciário para ter seus direitos assegurados.
Além dessa análise, a reportagem de capa destaca a atuação firme do Idec nessa crise para proteger os consumidores lesados – por meio de orientações sobre seus direitos e também de ação judicial para responsabilizar operadoras do grupo Unimed pela assistência. A crise ainda não acabou, e a luta do Idec em favor dos consumidores também não.