Planos de saúde individual: difícil de entrar e de manter
A matéria de capa desta edição evidencia um problema para o qual o Idec alerta há tempos: os planos de saúde individuais e familiares estão cada vez mais raros no mercado. A pesquisa mostra que da lista informada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), apenas metade é de fato vendida.
A razão dessa escassez é conhecida: os planos individuais não interessam às operadoras. Em seu lugar, elas preferem oferecer os planos coletivos. Não é de hoje também que o Idec denuncia que esse tipo de contrato é muito delicado para o consumidor, pois a ANS deixa – indevidamente – de regular pontos cruciais do serviço: os reajustes, que podem ser livremente fixados pelas operadoras (e, na prática, são altíssimos) e a rescisão de contrato, que pode ocorrer a qualquer momento.
O problema dos planos individuais não é só para quem pretende contratá-los e não consegue. É também daqueles que já têm esses serviços e que, a cada ano, têm menos capacidade de mantê-los. O percentual de reajuste anual fixado pela ANS tem sido sempre acima da inflação do período, o que, a longo prazo, vai tornar as mensalidades impagáveis – com o agravante de aumentos absurdos quando há mudança de faixa etária.
Em junho, a agência divulgou o índice máximo de reajuste de 2015 e, além de bem acima da inflação, ele foi o maior dos últimos 10 anos. Diante disso, o Idec enviou uma carta à Presidência da República e a várias autoridades, cobrando uma força-tarefa para o setor de saúde suplementar. Leia mais sobre isso na página 29.
A defesa do direito à saúde é uma das prioridades do Idec há 28 anos – que se completam agora em julho. Além do aniversário, este mês celebramos a ducentésima edição da revista! Com muito orgulho, apresentamos os altos índices de aprovação pelos associados na matéria especial na página 26. Confira.