Aumento do limite de crédito: só se pagar?
Depende da ocasião. Quando o aumento é requerido pelo consumidor em caráter de urgência, sim. Mas se solicitado como uma revisão de crédito, não
Apesar de muito utilizado, o cartão de crédito ainda guarda armadilhas. Uma dúvida comum entre os consumidores é o uso do limite de crédito. Afinal de contas, a administradora pode cobrar tarifa para aumentar o valor disponível para compras?
Segundo a economista do Idec, Ione Amorim, só pode haver cobrança quando o chamado "limite emergencial" é solicitado. Um exemplo típico é quando o cliente tenta passar o cartão em uma loja e descobre que já excedeu o limite e, então, liga para pedir o crédito de emergência, que é liberado na hora para efetivar a compra.
A tarifa de crédito emergencial está prevista na Resolução nº 3.919/2010 do Banco Central, que define o que pode ser cobrado na prestação desse serviço. Em geral, o custo para a liberação de crédito emergencial varia de R$ 15 a R$ 20 e só pode ser cobrado uma vez por mês.
A situação muda de figura se o pedido do consumidor for de revisão de crédito – ou seja, quando se pede à administradora que reveja o valor disponível para gasto mensal porque, por exemplo, sua renda aumentou em relação à apresentada quando contratou o cartão. Nesse caso, a tarifa não pode ser cobrada. "O que diferencia uma situação da outra é a urgência", explica a economista do Idec.
O limite de crédito é definido na hora da contratação do cartão, em função da renda e do histórico de crédito do cliente. O banco ou administradora têm a prerrogativa de aceitar ou não a solicitação de aumento de crédito, seja emergencial ou revisão.
Vale lembrar que mesmo que eventualmente haja necessidade de gastar mais do que o estipulado, é bom pensar duas vezes antes de pedir para ampliar o limite. "Ter mais crédito disponível pode estimular a gastar além do necessário e a utilizar o cartão como complemento de sua renda", orienta Amorim.
Outro alerta importante é que é comum que administradoras autorizem a compra em valor excedente ao limite sem consultar o consumidor e depois cobrem a tarifa. Nesse caso, a cobrança é abusiva e pode ser contestada. "Para evitar problemas, é importante ficar atento ao limite de crédito disponível antes de ir às compras e conferir regularmente os lançamentos feitos na fatura", finaliza a economista.