Onde colocar o meu dinheiro?
FUNDOS DE INVESTIMENTO
Um "condomínio" que reúne diversos investidores com objetivo de lucrar pelos rendimentos de outros ativos financeiros, como ações, títulos e imóveis: esse é o conceito dos fundos de investimento. Quem investe em fundos, adquire cotas da cesta de ativos que o compõem e tem direito à sua rentabilidade proporcional. É cobrada uma taxa de administração, que nada mais é do que o pagamento dos especialistas (do banco ou da corretora) que fazem a gestão dos recursos – compram, vendem ou mantêm os ativos, conforme avaliam ser a maneira que garantirá melhor remuneração aos seus cotistas. Quanto menor a taxa de administração, maior a rentabilidade para o investidor.
Existe uma infinidade de fundos disponíveis. Para ficar em dois exemplos, há fundos que só investem em ações de empresas que possuem reconhecidas práticas de sustentabilidade; e há os imobiliários, que investem em empreendimentos, como shoppings e prédios comerciais, e lucram a partir do seu aluguel.
Os riscos também variam: há os mais arrojados e outros bem conservadores. É preciso pesquisar para descobrir algum que lhe agrade.
AÇÕES
Para se ter uma ideia de como esse mercado é antigo no país, o escritor Machado de Assis era acionista do Banco do Brasil. Mas, até hoje, ainda há a ideia de que a bolsa de valores é coisa complicada e para quem tem muito dinheiro.
Quando compra uma ação, o investidor se torna "sócio" daquela empresa e, por isso, obtém o direito de participar de seus lucros — ou de sofrer seus prejuízos. É preciso se cadastrar em uma corretora e passar a utilizar o sistema online dela (homebroker) para realizar as transações.
Há investidores que ganham com operações de curto prazo: compram quando as ações estão baratas e, quando elas sobem, vendem, lucrando com a diferença entre os dois preços. Mas os de longo prazo são mais comuns: eles adquirem ações de empresas mais sólidas ou de setores com perspectivas de crescimento sustentável. A valorização das ações ao longo dos anos garante o "pé de meia" desejado.
O investimento em ações é destinado a pessoas com disponibilidade de acompanhar o mercado, além de certa tolerância ao risco — uma oscilação pode fazer o investidor perder algum dinheiro; é preciso estar preparado.
Nem sempre a aplicação financeira oferecida pelo banco é a melhor opção para o consumidor. "Muitas vezes, o gerente possui metas para vender alguns produtos financeiros e, como funcionário, ele trabalha atendendo ao interesse da instituição", alerta Ione Amorim, economista do Idec.
Diante de uma oferta de investimento, a dica é procurar informação com outros especialistas. "Apurar em outras instituições o nível de risco e a remuneração, o custo de administração, tributos e o tempo de aplicação é bastante saudável", sugere Amorim. "É possível, ainda, consultar um profissional de uma corretora para ajudá-lo a avaliar o investimento", completa.
A economista também lembra que, antes de escolher uma aplicação, é fundamental avaliar por quanto tempo poderá manter o dinheiro aplicado. "Se o objetivo for guardar o recurso para uma emergência, deve-se priorizar uma aplicação com liquidez, como a poupança. Já se a ideia é guardar para a aposentadoria, por exemplo, um investimento de longo prazo é o ideal para aumentar a rentabilidade", orienta.
Escolher a aplicação financeira mais adequada para as suas necessidades é fundamental para evitar prejuízo, garantir segurança e, de quebra, obter algum rendimento
Gastar menos do que ganha é a regra básica para uma vida financeira saudável. Caso você esteja no time dos que já conseguem controlar as contas e fazer sobrar uma graninha, o ideal é procurar uma boa forma de aplicá-la, afinal, já passamos da época do dinheiro embaixo do colchão.
Escolher a aplicação financeira mais adequada para a sua necessidade é fundamental para evitar prejuízo, garantir segurança e, se possível, obter algum rendimento. Por isso, é recomendável buscar o máximo de informações sobre as diversas opções disponíveis no mercado.
Um bom ponto de partida é conhecer as características das formas mais populares de aplicação, como a poupança, o Certificado de Depósito Bancário (CDB), o Tesouro Direto, entre outras. Quais são as diferenças entre elas? Qual delas é melhor para cada perfil? Para responder a essas dúvidas, explicamos como cada uma funciona. Confira a seguir.
POUPANÇA
Um dos mais antigos serviços financeiros do país, a poupança é famosa por sua segurança e baixo custo. É segura porque o governo garante, por meio do Fundo Garantidor de Crédito, que as cadernetas com até R$ 250 mil aplicados sejam ressarcidas ao poupador em caso de falência do banco. E é barata porque não há cobrança de taxa de administração, não exige valor mínimo inicial e seu rendimento não sofre desconto de Imposto de Renda.
Outra vantagem é a liquidez, ou seja, a facilidade em resgatar o valor aplicado: basta ir a qualquer caixa eletrônico e sacar o dinheiro, na hora.
Quanto rende?
Em geral, o rendimento da poupança é de 6,17% ao ano + Taxa Referencial (TR, próxima de zero). Contudo, desde 2012, há uma nova condição: se a taxa básica de juros, a Selic, cair para 8,5% ao ano ou menos, a poupança só rende 70% da Selic + TR. Até o fechamento desta edição, a Selic estava em 10,9% ao ano e não havia previsão de queda no curto ou médio prazos.
Para o consultor financeiro André Massaro, por sua simplicidade, a poupança é recomendada para investidores principiantes. "À medida que a pessoa se habitua ao universo dos investimentos, é interessante procurar opções mais rentáveis", recomenda.
PIC (Itaú), Pé Quente (Bradesco), Cap Sorte (Santander), SuperXCap (Caixa Econômica Federal), OuroCap (Banco do Brasil). Se você é correntista de algum desses bancos, provavelmente já recebeu uma oferta para contratar um dos títulos de capitalização acima. Mas, ao contrário do que talvez tenham lhe dito, esse serviço não é um investimento. Quase todos rendem menos do que a tradicional poupança.
Isso ocorre porque parte do valor aplicado vai para a taxa de administração (chamada de cota de carregamento) e parte para o fundo formado para pagar os sorteios. Assim, apenas uma parcela fica rendendo e, sobre o pequeno ganho, ainda incide imposto de renda. No final, o suposto "investimento" equivale a ter guardado o dinheiro no cofrinho em casa. Sem contar que o valor fica "preso" por muito tempo e, em caso de resgate antes do prazo, o consumidor perde parte do que foi aplicado. Em outras palavras: não vale a pena!
Se o que lhe chama a atenção é o prêmio, lembre-se de que a probabilidade de ser sorteado é pequena. Apostar na loteria sai bem mais barato.
CDB
O Certificado de Depósito Bancário (CDB) é um título privado emitido pelas instituições financeiras. Quem investe em um CDB está emprestando dinheiro ao banco para tê-lo de volta algum tempo depois, acrescido de rendimento.
A devolução é feita na data de vencimento, que varia bastante de um título para outro (há opções de três meses a oito anos, por exemplo). Alguns oferecem a possibilidade de resgatar o dinheiro antes do vencimento, mas a rentabilidade é prejudicada. Por isso, o ideal é planejar bem para não precisar do dinheiro antecipadamente.
Existem os CDBs pré-fixados (nos quais você sabe, na hora em que aplica, quanto irá receber depois de determinado tempo) e os pós-fixados (cujos rendimentos variam conforme alguma taxa, na maioria das vezes atrelada ao CDI). Para não se perder nas siglas: CDI significa Certificado de Depósito Interbancário; é como um CDB, só que é o empréstimo de um banco a outro. A taxa de juros dessa transação é bem próxima da Selic.
Ao negociar um CDB com o gerente de seu banco, ele lhe dirá qual percentual do CDI o seu CDB irá render. Quanto mais alto esse percentual, melhor. Por isso, prefira negociar tais condições pessoalmente. Em uma contratação pela internet ou telefone, dificilmente se alcança condições tão favoráveis quanto "cara a cara".
Quando o investidor resgata o dinheiro aplicado no CDB, o rendimento sofre desconto do imposto de renda (IR). A alíquota é regressiva: com menos de seis meses de aplicação, o desconto é de 22,5%; entre seis meses e um ano, de 20%; entre um e dois anos, 17,5% e, depois de dois anos, cai para 15%.
TESOURO DIRETO
O Tesouro Direto (TD) é parecido com o CDB, mas em vez de emprestar dinheiro a um banco, você o empresta ao Tesouro Nacional, ou seja, ao governo. Por isso, é considerado o investimento mais seguro do mercado financeiro.
Para investir no TD é preciso estar cadastrado em alguma corretora. O primeiro quesito a ser observado para escolher a corretora é a taxa de administração cobrada por ela. No site do Tesouro há uma lista (acesse no link: http://goo.gl/WSrhs) com os valores cobrados por cada uma (algumas, inclusive, não cobram nada).
Na página há também a relação dos diferentes títulos disponíveis para compra (confira no link: http://goo.gl/tqSfD). Cada um possui vencimento, rentabilidade e preços específicos. Há os pré-fixados (cuja taxa de rendimento já se sabe no ato da compra), os que são atrelados à inflação oficial do país (o IPCA) e os que rendem o mesmo que a Selic. Não tem jeito, é preciso estudar cada um e ver qual deles é mais adequado à sua expectativa.
Sobre o rendimento do Tesouro Direto também se aplicam os mesmos descontos de IR do CDB, além de uma taxa de custódia anual de 0,3%, que é obrigatória.