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Para Idec, metas de redução do sódio nos alimentos industrializados são brandas e não protegem a saúde da população

<div> O Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de afirma que a quantidade do mesmo ingrediente em macarr&atilde;o instant&acirc;neo, p&atilde;o de forma e bisnaguinhas foi reduzido, por&eacute;m a pesquisa divulgada hoje pelo Idec aponta que 11% dos alimentos industrializados n&atilde;o cumpriram as metas estabelecidas pelos acordos volunt&aacute;rios entre 2012 e 2013.</div>

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Atualizado: 

14/08/2014
Hoje, 12/8, o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) divulgou os resultados da segunda fase do levantamento sobre a quantidade de sódio em alimentos processados e concluiu que 11% dos itens avaliados não atingiram as metas para redução de sódio. Foram avaliadas todas as categorias que aderiram ao acordo voluntário para redução do sódio nos alimentos processados. As categorias que mais descumpriram as metas de 2012 foram macarrão instantâneo, panificados e biscoitos. As metas de 2013 foram descumpridas nas categorias de cereal matinal e temperos prontos. 
 
No entanto, a pesquisa do Ministério da Saúde aponta a redução do uso de sódio em três tipos de alimentos bastante populares no Brasil: macarrão instantâneo, pão de forma e bisnaguinhas. Um dos levantamentos analisou em laboratório amostras de 54 desses produtos, concluindo que em 40 deles (76%) foram atingidas as metas de redução do uso de sódio, substância que aumenta o risco de hipertensão e doenças cardiovasculares.
 
Porém, para a nutricionista do Idec, Ana Paula Bortoletto, os resultados do monitoramento divulgado pelo Ministério da Saúde indicam três fragilidades:
 
1º) As metas estabelecidas são altas, e por isso, a maior parte das empresas não precisa reduzir o teor de sódio do produto para cumprir o acordo. Ou seja, o MS comemora algo fácil demais;
 
2º) A falta de transparência no processo, que inclui a divulgação das marcas que não cumpriram os acordos e qual é a participação de cada marca no volume de vendas da categoria. Por exemplo, se a marca mais vendida de pão de forma já possui quantidade de sódio dentro da meta, a redução não vai ter o impacto necessário para melhorar a saúde da população; 
 
3º) Estes acordos são frágeis por serem voluntários, por isso não prevêem nenhuma punição para as empresas que não reduzirem o sódio de seus produtos.
 
Sobre os acordos para a redução de sódio
Há três anos foi assinado o primeiro termo de compromisso do acordo para a redução do teor de sódio em alimentos processados, pelo Ministério da Saúde, pela Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia) e por outras associações empresariais que representam a indústria alimentícia. Ao todo, foram quatro termos de compromisso, o último firmado em novembro de 2013. O Ministério da Saúde divulgou que estes acordos permitiram a redução de pelo menos 1.295 toneladas de sódio de pães de forma, bisnaguinhas e macarrões instantâneos entre 2011 e 2012 e que até o fim de 2014, a diminuição deverá ultrapassar 1.800 toneladas. A meta até 2020 é que 28 mil toneladas de sódio deixem de ser usadas. 
 
O acordo do Ministério com a Abia cobre 16 categorias de alimentos, responsáveis por 90% do sódio usado em produtos industrializados no Brasil. Em 2008, a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do IBGE, indicou que o consumo diário de sal no país era, em média, de 12 gramas, mais que o dobro do recomendável, que é o consumo de 5 gramas de sal por dia. A meta do governo é que essa seja a média de consumo diário dos brasileiros - 5 gramas - em 2020.
 
Idec acompanha acordos desde 2011
Desde 2011, o Idec monitora o acordo e critica as metas estabelecidas por serem pouco ambiciosas. Quatro pesquisas realizadas pelo Instituto ao longo desse período constataram que grande parte dos produtos já possuía, antes do acordo, menos sódio do que o indicado nos termos de compromisso - os quais, vale lembrar, são voluntários. 
 
Na primeira fase deste levantamento divulgada em julho, o Idec realizou nova análise, mas, desta vez, em vez de checar as informações nutricionais presentes no rótulo, enviou 291 produtos, de 90 marcas, a um laboratório, que verificou a real quantidade de sódio neles contida. Por isso, essa é a primeira vez que divulgamos a avaliação das marcas de todas as categorias de alimentos incluídas nos acordos.
 
No levantamento realizado em 2011, por exemplo, identificou-se que 93,7% das marcas de pão de forma avaliadas na ocasião já continham teor de sódio dentro dos valores fixados nos termos de compromisso para o ano seguinte. Agora, o teste aponta que 76,9% das marcas de pão já estão adequadas às metas fixadas para até o fim de 2014. O teste também constatou que 100% das marcas de batata palha e de rocambole já atingem as metas estipuladas para este ano. "Os resultados reforçam as críticas que o Idec já vinha fazendo às metas estabelecidas no acordo. Ao mesmo tempo, o teste revela que, mesmo os valores sendo tão baixos, ainda há produtos de grandes marcas que não se adequaram a eles", resume a nutricionista.
 
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