Consumo consciente
Ao escolher eletrodomésticos que consomem menos energia elétrica você economiza no médio e longo prazos e ainda colabora para a preservação do meio ambiente
Se você espera a Black Friday para comprar eletrodomésticos com desconto esta matéria é para você! Mas quem quer realmente economizar precisa pensar no longo prazo, escolhendo um aparelho que não consuma muita energia elétrica. "Quando adquirimos um ar-condicionado ou uma geladeira, por exemplo, esquecemos que eles serão usados por, no mínimo, 10 anos. Então, no momento da compra, é fundamental verificar a eficiência energética", explica Kamyla Borges, coordenadora de projetos no Instituto Clima e Sociedade (iCS).
Aparelhos mais eficientes também demandam menos do sistema elétrico, o que faz diferença especialmente nos horários de pico. A necessidade de acionar usinas termoelétricas também é menor e, consequentemente, a emissão de gases de efeito estufa diminui. Assim, o meio ambiente também sai ganhando com a sua escolha consciente!
DE OLHO NA EFICIÊNCIA
Se estiver em dúvida entre dois ou mais modelos, compare o consumo de energia (apresentado na forma de kWh/mês) de cada um e prefira o que consome menos. Para facilitar essa comparação, o Idec desenvolveu a plataforma Clima e Consumo. Recém-lançada, ela pode ser acessada em bit.ly/3jCfDup. Na aba "Equipamentos Econômicos" é possível comparar diferentes modelos de aparelhos e avaliar o impacto na conta de luz.
Para fazer uma compra mais consciente é preciso verificar, além do preço, a etiqueta que indica a eficiência energética do aparelho, emitida pelo Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE). Ela é colada na maior parte dos eletrodomésticos, como refrigeradores, máquinas de lavar roupa ou louça, fogões e fornos elétricos ou de micro-ondas, ares-condicionados, ventiladores, televisores etc., e contém uma nota, de A a G, sendo A a mais eficiente. "Os equipamentos com melhor classificação costumam ser mais caros. Contudo, no médio prazo, acaba compensando, pois eles consomem menos energia, o que faz a conta de luz ficar mais barata", destaca Clauber Leite, coordenador do programa de Energia do Idec.
REGRAS MAIS RÍGIDAS PARA ARES-CONDICIONADOS
A partir de junho de 2023, quem for comprar um ar-condicionado encontrará aparelhos com novas etiquetas de eficiência energética, em conformidade com as regras impostas pela Portaria 234 do Inmetro, aprovada em 20 de julho deste ano. A portaria determina que os níveis de eficiência energética sejam atualizados de forma que, para conseguir a nota "A", ele precise ter nível 5,5 (hoje bastam 3,3).
Outra novidade é que o cálculo da eficiência energética será feito de acordo com nova metodologia, alinhando-se às melhores práticas internacionais. "Hoje o cálculo é feito por meio de um teste em laboratório que pressupõe que o ar-condicionado funcione o tempo inteiro nas mesmas condições de temperatura e umidade. O novo método reconhece as diferenças de temperatura ao longo do ano e nas diferentes regiões do Brasil. Com isso, o teste será mais realista", afirma Kamyla Borges, do iCS.
Agora o Idec está lutando pela revisão dos níveis de eficiência energética de geladeiras, que estão defasados.
Mas de acordo com Leite, quem comprar em lojas virtuais dificilmente encontrará essa importante informação na ficha técnica do produto. Essa foi uma constatação de uma pesquisa feita pelo Idec, em parceria com o iCS, o IEI Brasil e o Projeto Hospitais Saudáveis.
Questionamos o Mercado Livre e o Buscapé sobre essa dificuldade. O primeiro não respondeu. O segundo disse que não disponibiliza a etiqueta de eficiência energética em seu site, porque não tem acesso a ela. "O Inmetro exige que ela seja fixada na caixa, e o Buscapé não tem acesso ao estoque de produtos. A maioria dos fabricantes não informa a eficiência energética na ficha técnica disponibilizada em seu website, e o site do Inmetro não contém todos os modelos disponíveis no mercado", alega a empresa por meio de nota. Entretanto, Leite esclarece que a portaria 164/2012, do Inmetro, determina que, no caso de vendas online, a responsabilidade pela disponibilização das informações da etiqueta de eficiência energética é do administrador do website. Assim, o Idec enviou uma notificação às empresas alertando-as sobre essa irregularidade, com base também no Código de Defesa do Consumidor.
Outra ferramenta útil para o consumidor preocupado com a eficiência dos aparelhos que leva para casa é o Selo Procel, desenvolvido pela Eletrobras em parceria com o Inmetro. Voluntário, ele é concedido aos aparelhos que atendem a rígidos critérios de desempenho e segurança. "Atualmente cerca de 3.600 modelos de 41 categorias de eletrodomésticos apresentam o selo", informa a equipe do Procel.
Saiba mais
- Especial Eficiência Energética: https://bit.ly/34CnJif
- Matéria "Refresco a duras pena": https://bit.ly/2HyOewz