Duzentas edições e muita história para contar
No mês em que a instituição completa 28 anos, a Revista do Idec chega ao número 200 com boa aprovação dos leitores. Pesquisa com associados mostra satisfação com a publicação
Tudo começou com um pequeno boletim de quatro páginas, impressas em preto e branco. Em setembro de 1989, foi lançado o primeiro informativo do Idec, chamado Consumidor S.A. No segundo número, em dezembro daquele mesmo ano, foi publicado o primeiro teste feito pela ONG, com brinquedos. Estava plantada a sementinha que, anos mais tarde – mais precisamente em setembro de 1995 – faria surgir a primeira revista de defesa do consumidor brasileira, totalmente independente e sem publicidade – condição que mantém até hoje.
Agora em julho, a publicação chega à edição de número 200 e o Idec completa 28 anos (dia 21). Muito da história da instituição passou pelas páginas da revista: foram publicados centenas de testes e pesquisas com avaliação de produtos e serviços; de denúncias sobre práticas abusivas de empresas e governos; além de vitórias do consumidor e de orientações sobre os seus direitos no dia a dia.
O responsável por lançar a revista foi o jornalista Esníder Pizzo, seu editor durante quatro anos. Ele destaca a importância que ela teve à época para a instituição e para a defesa do consumidor no Brasil. "Apesar do advento da revista ter ocorrido apenas 20 anos atrás, na época uma publicação impressa ainda era o máximo que se poderia alcançar em termos de mídia para falar com os associados e com os setores diretamente envolvidos na defesa do consumidor", lembra Pizzo, que, após deixar o cargo de editor, seguiu colaborando com o Idec em outras publicações, como livros e cartilhas.
Por quase 10 anos, a revista ostentou o título Consumidor S.A, ainda lembrado pelos associados mais antigos. Em maio de 2004, após uma mudança no projeto gráfico e editorial, a publicação passou a se chamar Revista do Idec. Desde então, outras mudanças vieram – principalmente visuais, a fim de modernizar sua aparência e tornar a leitura mais agradável. O que não se alterou foi seu propósito de ser a voz do Idec e de botar a boca no trombone em nome do consumidor.
"A revista marcou um momento de inflexão na história do Idec, quando a organização alcançou uma espécie de maioridade. O Idec já era importante e respeitado, mas precisava dar um salto. Em certo sentido, principalmente no de dar maior visibilidade e peso ao trabalho do Instituto, a revista sem dúvida coroou os esforços pela mudança de patamar de toda a organização"
Esníder Pizzo,
jornalista e primeiro editor da revista
DESAFIOS DIGITAIS
Além de avaliar o conteúdo da revista, a pesquisa tinha por objetivo conhecer um pouco do perfil e dos hábitos dos associados no mundo digital, tendo em vista as mudanças que as novas tecnologias têm trazido à comunicação em geral e os desafios que têm colocado inclusive aos grandes veículos. Nesse aspecto, os resultados apontam que o leitor da revista acessa a internet majoritariamente pelo computador modelo desktop ou notebook (53,1% e 42,6% das respostas, respectivamente) e só 4% não utilizam nenhum aparelho eletrônico.
A maioria prefere ler a revista impressa (61,9%), mas parte significativa (24,8%) já não vê diferença entre ler no papel ou pela internet. Além disso, 75,8% dos associados estaria de acordo ou neutro com uma eventual mudança de periodicidade da revista impressa, caso passasse a receber mais informações online.
Para Carlos Thadeu de Oliveira, gerente técnico do Idec e ex-editor da publicação, mesmo com a internet, a revista continuou sendo um canal de excelência na relação da instituição com seus associados e também com o público geral. "O desafio agora é conseguir juntar a qualidade da revista impressa com a agilidade que o mundo digital requer. A vantagem do digital é que pode ser acessado de qualquer lugar e atualizado a cada segundo", afirma.
Nessa empreitada, a participação dos associados é fundamental e a pesquisa foi um passo importante para isso. "A pesquisa ficou no ar por quase um mês. Tempo suficiente para sabermos que quase a totalidade dos associados aprova e se sente atendida em suas expectativas com a Revista do Idec. Isso soa como uma 'salva de palmas' ao trabalho de informação que viemos desenvolvendo. E não paramos aí: quando convidamos os associados para, mais uma vez, protagonizarem conosco as transformações desafiantes apresentadas no cenário a comunicação digital e de necessidade de um olhar voltado à sustentabilidade, repetiu-se a participação positiva no caso de uma eventual periodicidade bimestral de nossa revista. Os associados do Idec são, sem dúvida, os grandes benfeitores da qualidade do que fazemos", finaliza Elici Bueno, coordenadora executiva do Idec.
"Desde o primeiro número do boletim Consumidor S.A em preto e branco até a alta qualidade da colorida e atual Revista do Idec, a missão do Idec de promover a educação, a conscientização e a defesa dos direitos do consumidor e a busca pela ética nas relações de consumo tem sido realizada, muito bem, por este veículo que auxilia na consolidação da democracia brasileira através do amplo acesso à informação. Essa é sua maior importância: gerar escolhas!"
Elici Bueno,
coordenadora executiva do Idec
SATISFAÇÃO COM A REVISTA
Em quase 20 anos de estrada, a revista parece estar no caminho certo. É o que mostram os resultados de uma pesquisa online feita pelo Idec com seus associados para avaliar a sua percepção sobre o veículo. Ela ficou aberta à participação entre 22 de abril e 20 de maio e recebeu 336 respostas.
De modo geral, os associados que responderam à pesquisa mostram-se satisfeitos com a revista: 88,3% afirmam que ela atende às suas expectativas. Além disso, apontam alta frequência de leitura dos variados conteúdos. As seções mais apreciadas pelos leitores são as reportagens, sempre lidas por 75,7% dos participantes. Em seguida, vêm a seção Fazendo Justiça e os Testes e Pesquisas, sempre lidos por 74,6% e 74% dos associados, respectivamente.
Entre os temas abordados, os preferidos dos leitores são saúde (73,6%); financeiro (72,4%); telecomunicações (70,2%) e alimentos (67,7%). Além disso, 82% dos participantes deram nota 4 ou 5 para os assuntos abordados na revista, em uma escala de 1 a 5.
Entre as críticas apontadas, destaca-se a de que falta espaço para participação dos associados na revista – 32,2% dão, no máximo, nota 3 para esse quesito. Outra reclamação é que a revista aborda pouco questões de cidades do interior do Brasil e privilegia as de São Paulo.
"A revista é importante na história do Idec e na história da defesa do consumidor no Brasil. Ela foi a primeira do gênero no país, quando só existiam similares na Europa e EUA. Sempre foi o veículo de maior importância na divulgação de testes, pesquisas e posicionamentos do Instituto. Ela é lida por pessoas comuns, mas também por autoridades, formadores de opinião e todos do mundo da defesa do consumidor"
Carlos Thadeu de Oliveira,
ex-editor da revista e atualmente gerente técnico do Idec