Sustentabilidade com humor
Título: A produção e o cocô da minhoca
Diretora: Dainara Toffoli
Roteiristas: José Roberto Torero e Marcus Aurelius Pimenta
Ano: 2011
Duração: 53 minutos
Onde encontrar: www.somos1so.com.br
por CLAUDIO SPÍNOLA*
De modo divertido, o episódio "A produção e o cocô de minhoca", da série Somos 1 só, da TV Cultura, dirigido por Dainara Toffoli, enfatiza os benefícios da produção orgânica e aborda diversos temas pertinentes ao cenário atual, como consumo, sustentabilidade, socioambientalismo, reciclagem, aquecimento global, entre outros.
Direcionado ao público geral, sua linguagem televisiva navega entre comédia, documentário e entretenimento, e sua edição dinâmica suaviza o conteúdo informativo e educativo, evitando a densidade muitas vezes presente em documentários de conscientização ambiental.
Os diálogos entre um casal estereotipado que faz compras em um supermercado conduzem o enredo e introduzem com bom humor os temas apresentados. Além do casal, outras personagens dão tom descontraído ao episódio. E para aumentar a aproximação com o público, foram feitas entrevistas com cidadãos comuns, que compartilham suas opiniões, e apresentados desenhos gráficos que ilustram dados estatísticos.
Boa parte do conteúdo informativo é apresentada com clareza por especialistas e ambientalistas de diversos perfis. A qualidade dos entrevistados convidados fortalece o caráter educativo.
Como advertência aos espectadores, sugerimos um olhar crítico aos dois depoimentos do diretor de assuntos corporativos da Monsanto, que defende o uso de transgênicos e seus agrotóxicos complementares para o aumento da produção. Infelizmente, esses depoimentos não receberam os devidos contra-argumentos dos demais convidados, e pela pouca importância dada ao assunto o espectador leigo pode ser confundido, visto que o vídeo não enfatiza os diversos malefícios socioambientais e econômicos ocasionados pelo cultivo de transgênicos, tanto em pequena como em grande escala.
Outro ponto fraco do episódio é a maneira como a personagem ecologicamente correta é ridicularizada no final da história. Esse desfecho também pode confundir o espectador leigo e desmerecer a importância de se adotar o consumo consciente na vida real.
*Empreendedor social, fundador e diretor executivo da Morada da Floresta www.moradadafloresta.org.br