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Todo ano tem

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MAURO CALIL
Educador financeiro, palestrante e autor do livro A receita do bolo. Seu site é www.calilecalil.com.br

Se todo ano tem Carnaval, Dia das Mães, Dia dos Namorados, Dia dos Pais, Dia das Crianças e Natal, além de IPVA, IPTU, matrículas e material escolar para pagar, por que ainda nos assustamos com o preço das faturas que são colocadas debaixo da nossa porta? Afinal, o que é previsível não deveria nos assustar.

A resposta é comportamental. Por conta dos altos índices inflacionários que enfrentamos até meados da década de 90, não podíamos estabelecer planos financeiros adequados à nossa vida e aos nossos desejos, pois se nunca tínhamos como prever o valor das contas do próximo mês, quem diria em um período de 12 meses.

Qualquer tentativa de estabelecer um plano de pagamento das contas baseado na renda familiar estaria 100% errado. Então, nos acostumamos a esperar as contas chegarem para olharmos o saldo da conta bancária e nos tranquilizarmos ou nos desesperarmos. Tínhamos de “correr atrás”, com a inflação à nossa frente o tempo todo.

Mas com a inflação sob controle, já é possível prevermos com certa razoabilidade de acerto a quantia que gastaremos daqui a três, seis ou doze meses. E como fazer isso? Se nos dermos ao trabalho de olhar o passado mais recente, já será um bom começo. Pegue o IPTU de 2011 e todas as demais contas dos três primeiros meses do ano que acabou de se encerrar – você deve têlas guardado em uma gaveta, envelope ou pasta. Faça uma planilha eletrônica ou use um caderno (divida a página em 12 colunas) para registrar todos os gastos do ano passado na ordem em que aconteceram, por exemplo, matrícula escolar e IPVA em janeiro, IPTU em fevereiro, plano de saúde em todos os meses etc. Vale lembrar que o Carnaval em 2011 foi em março e este ano será em fevereiro.

Agora basta somar as colunas dos meses para saber qual a quantia mínima necessária para o pagamento de tais contas em cada mês. Ao fazer isso, você terá dado início ao processo de planejamento financeiro pessoal.

Continue a planilha – eletrônica ou de papel – incluindo as despesas do dia a dia. Sugiro que as separe em dois grupos: 1. despesas necessárias, como impostos, contas de água, luz e telefone, plano de saúde e supermercado; e 2. despesas esporádicas ou por impulso, por exemplo, roupas, calçados, presentes de aniversário e lazer. Definidos quais serão os gastos, está na hora de calcular os ganhos mensais. Neste item, além do salário mensal, também deve ser computado o 13o salário e qualquer outra entrada de recursos, como rendimento de investimento ou dinheiro proveniente de aluguel de imóveis, por exemplo.

Tendo conhecimento de todos os recursos que entram e saem de sua conta mensalmente, será muito mais fácil encontrar oportunidades de economia, caso seja necessário, e, também, estabelecer uma meta de investimento para aumentar a renda.


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