Privatização do serviço e estatização dos problemas
por Evandro Zuliani, diretor de atendimento da Fundação Procon/SP
É fato que muitos consumidores associam o papel dos Procons a órgãos que cuidam de intermediar demandas de consumo que envolvam compra de produtos, mas esta realidade pertence ao passado. Hoje, as reclamações majoritariamente trazidas aos órgãos de defesa do consumidor estão ligadas à prestação de serviços. Se, em teoria, poderíamos imaginar que as inúmeras regras impostas aos fornecedores de serviços concedidos seriam garantia real de proteção ao consumidor, na prática percebe-se que as coisas não são bem assim. O sistema de repressão e controle torna-se frágil diante de um segmento de mercado que se encontra em situação de monopólio, ou onde a concorrência garante apenas redução de tarifas cumulada com desrespeito.