Os novos leprosos e Não somos antitabagistas!
por Luís Antônio de Castro Santos, Sociólogo, PhD pela universidade de Harvard e professor associado do Instituto de Medicina Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro
“A imprensa irá repercutir por muito tempo a vitória do antitabagismo paulista. A sensata delimitação de áreas para fumantes e não fumantes deu lugar à anulação de espaços de convivência entre corpos "saudáveis" e corpos "perigosos". Como os leprosos de outros tempos, os fumantes não tiveram como se defender do apartheid sanitário”.
Por Paula Johns, socióloga, diretora executiva da Aliança de Controle do Tabagismo (ACT).
“Nos últimos anos, testemunhamos uma mudança de paradigma no que diz respeito à aceitação social do cigarro. Há poucas décadas, o tabagismo era aceito e até socialmente desejável do ponto de vista da inserção social. Hoje em dia, fumar é percebido cada vez mais como indesejável. Como consequência, fica a impressão de que estamos tentando expurgar os fumantes da sociedade. Não só não é esse nosso objetivo, como abominamos o termo “antitabagista”. Não somos contra os fumantes, o que buscamos é desconstruir imagens de glamour e ascensão social relacionadas ao tabagismo, que, por sua vez, construíram tantas subjetividades tabagistas.