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Rio+20: frustração na conferência oficial fará sociedade continuar luta por medidas concretas de consumo sustentável

Documento a ser apresentado por chefes de Estado ao final da conferência da ONU reflete falta de capacidade dos governos de responder à altura da necessidade de mudança nos padrões de produção e consumo

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Atualizado: 

21/06/2012
Os trocadilhos com o nome do evento “Rio+ou-20”, ou até mesmo “Rio-20” não faltam. Eles só expressam a frustração com a falta de ambição do documento da Rio+20, a Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável que acontece até sexta-feira (22/6), no Rio de Janeiro.
 
Desde o dia 20, presidentes e chefes de Estado estão debatendo o documento apresentado pelos diplomatas e ministros reunidos anteriormente no Riocentro. O documento reflete a falta de avanços concretos na mudança dos padrões de produção e consumo e a incapacidade dos governos de responderem à altura dos desafios de garantir a todos o acesso a bens e serviços necessários a uma vida digna e de enfrentar a restrição de recursos naturais e os limites da capacidade de carga dos ecossistemas.
 
A coordenadora executiva do Idec, Lisa Gunn, explica que grande parte do documento é reafirmação de compromissos já assumidos e o pouco que tem de ação fica para depois: haverá o chamado Quadro de Programas de 10 anos em Produção e Consumo Sustentáveis (10YPSPC) e em 2015 se definirão os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável do Milênio.
 
“Com um documento sem metas, prazos e origem dos recursos para transição, fica difícil afirmar que avançamos. A expectativa era que os governos dos países definissem mecanismos políticos, empresariais e sociais para acelerar a mudança do sistema de produção e consumo”, declara Lisa.
 
Para além da Rio+20
Enquanto os governos dos países não conseguem agir de forma colaborativa para enfrentar o problema que é comum, a sociedade civil precisa se organizar, pressionar e agir para encontrar os meios de massificar as experiências de produção e consumo mais sustentáveis. “Os problemas já conhecemos e já sabemos para onde devemos ir, mas precisamos decidir como vamos chegar onde queremos e agir”, acrescenta Lisa.
 
Para ela, os governos precisam implementar políticas públicas integradas e as empresas precisam mudar seus modelos de negócio. “Mesmo tendo passado a Rio+20, as propostas dos consumidores para o consumo sustentável continuam válidas e nós vamos trabalhar pela implementação de medidas concretas”, conclui.
 
> Conheça as propostas da Plataforma dos Consumidores para a Rio+20
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