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Pesquisa revela que rotulagem frontal com triângulos é mais clara

Estudo realizado pelo Idec, em parceria com o Nupens/USP e a UFPR também verifica que semáforo nutricional não afeta a percepção do consumidor sobre a qualidade nutricional dos produtos

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Atualizado: 

26/03/2018

Com o intuito de avaliar qual rótulo frontal é o mais apropriado para a população brasileira, o Idec, em parceria com o Nupens/USP (Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo) e a UFPR (Universidade Federal do Paraná), realizou uma pesquisa online com 1607 consumidores entre julho e outubro deste ano.

O estudo separou os participantes, de forma aleatória, em dois grupos: metade avaliou embalagens com advertências de triângulos - proposta do Idec - e a outra metade, com o modelo de semáforo. O nível de acerto foi de 75,7% para produtos que apresentavam advertências de triângulos, contra 35,4% para a sugestão defendida pela indústria.

De acordo com a pesquisa, se apenas um nutriente crítico estivesse evidente, 53 milhões de brasileiros compreenderiam de forma mais clara e objetiva rótulos que apresentassem triângulos em suas embalagens. Já com o modelo de semáforo, somente 35 milhões.

Segundo a nutricionista do Idec Ana Paula Bortoletto, o número de brasileiros favorecidos seria ainda muito maior se estes dados fossem referentes a todos os nutrientes críticos contidos nos produtos. 

“O selo de advertência fornece uma informação compreensível para a maior parte da população brasileira. Nossa proposta inclui pessoas com baixa escolaridade e também daltônicas, que não conseguem diferenciar as cores presentes no modelo de semáforo”, destaca. 

A metodologia da pesquisa 

Além de verificar qual modelo é mais compreensível, a pesquisa constatou quão confiáveis são os dois tipos de rotulagem frontal.

Com notas de 1 a 7 - em que os extremos representam sentidos negativos e positivos, respectivamente - o triângulo recebeu uma pontuação média de 5,6, enquanto o semáforo, 4,8.

O estudo também concluiu que o modelo de semáforo não afeta a percepção do consumidor sobre a qualidade nutricional de um produto. Quando uma embalagem sem nenhum rótulo frontal foi comparada à que continha a rotulagem de semáforo, por exemplo, a pontuação dada pelos participantes foi praticamente a mesma.

O estudo foi apresentado à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em 30 de novembro como parte do processo de aprimoramento da rotulagem nutricional brasileira. 

A proposta do Idec

Entre as mudanças apresentadas na proposta de rotulagem nutricional do Idec, destaca-se a inclusão de um selo de advertência na parte da frente da embalagem de alimentos processados e ultraprocessados (como sopas instantâneas, refrigerantes, biscoitos, etc.) para indicar quando há excesso dos nutrientes críticos: açúcar, sódio, gorduras totais e saturadas, além da presença de adoçante e gordura trans em qualquer quantidade.

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